O Ceará se transformou em referência no Brasil quando o assunto é transplante. Atualmente, há uma grande demanda de pacientes de outros estados na fila de espera por um órgão, em Fortaleza. Diante disso, a necessidade de captar mais órgãos cresce. Na tentativa de aumentar a possibilidade de doações efetivas, dois novos hospitais irão coletar órgãos: o Hospital Regional do Cariri, que já realiza procedimentos, e o Hospital Regional da Região Norte, em Sobral, que deverá começar o trabalho a partir de dezembro.
Segundo o secretário da Saúde do Estado, Arruda Bastos, a expectativa é que até o próximo ano as duas unidades se transformem em centros transplantadores, além de captadores. "O Ceará terá um destaque maior para os próximos anos. O Hospital do Cariri e o Hospital Regional de Sobral vão realizar um trabalho muito efetivo com novos centros captadores".
Segundo Arruda Bastos, as unidades irão formar e capacitar profissionais para trabalhar na área de transplante, tanto na captação de órgão quanto na realização de procedimentos. "As regiões oferecem o curso de Medicina, portanto, esses hospitais funcionarão também como centros de pesquisas e formação profissional", ressalta.
Além disso, segundo Arruda Bastos, o Governo disponibiliza uma aeronave para a captação de órgãos em outras cidades, evitando o desperdício de órgãos vitais e salvando muitas vidas. O gestor ressalta que os esforços da Sesa são fortalecidos através da Campanha Doe de Coração, a qual é bastante efetiva na redução da negativa familiar. "Através da mídia e das campanhas, é possível captar um maior número de potenciais doadores, pois os familiares se sensibilizam com as histórias contadas", diz.
Requisitos
A legislação brasileira de transplantes estabelece critérios para as doações de órgãos e tecidos. Para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, mas é fundamental comunicar à família o desejo da doação.
As contraindicações são poucas. O doador não pode ter tumores malignos, com exceção dos carcinomas basocelulares da pele, carcinomas in situ do colo uterino e tumores primitivos do sistema nervoso central. Ele também não pode ter sorologia positiva para HIV ou para HTLV 1 e 2 ou ter sofrido infecção generalizada e tuberculose ativa.
SAIBA MAIS
Tempo de duração de órgãos após a morte encefálica
Coração - 4 horas
Pulmão - De 4 a 6 horas
Fígado - 12 horas
Pâncreas - 20 horas
Intestino - De 6 a 8 horas
Rins - Até 36 horas
Vasos - Até dez dias (solução de UW)
Córneas - Até 6 horas após a parada do coração
Fonte: Diário do Nordeste
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