Barro (CE): Demissões seguidas de protestos paralisam a cidade

A cidade do Barro viveu nesta terça-feira (16), um clima de caos com os protestos de mais de 260 servidores demitidos na última semana pela prefeitura municipal. Setores como saúde, educação, limpeza urbana e assistência social, foram as mais atingidas e estão com seus serviços comprometidos.

A decisão foi tomada pelo prefeito José Moreira e justificada pelo procurador do município, Gilson Marques Evangelista, como adequação a lei de responsabilidade fiscal. Segundo o procurador, uma auditoria realizada no dia 19 de setembro último, identificou o problema que já ultrapassava R$ 1 milhão, comprometendo as condições financeiras do município.

No outro lado da decisão estão os demitidos que entendem a medida como perseguição política e acabaram indo as ruas para protestar. Além dos funcionários, acredita-se que a medida deva prejudicar o comercio local que vive dos salários dos servidores.

Para Aparecida Dias, assistente social e técnica em saúde, o que aconteceu foi uma falta de respeito ao trabalhador. “Cheguei ao local de trabalho e fui impedida de entrar. Já presto serviço ao município há 12 anos e, independente da preferência partidária, sou uma profissional e mereço respeito,” disse.

Marquesa Rolim, enfermeira, alertou que quando a saúde paralisa as atividades quem se prejudica é a população mais pobre. “É inadmissível essa situação que coloca o cidadão em situação de vulnerabilidade,” disse. Segundo Maria Aparecida de Oliveira, coordenadora do Núcleo de Educação Especial, todos os alunos, chamados especiais, estão prejudicados.

Outro problema acarretado pelas demissões é a falta de merenda que, ocasiona grandes aglomerações de alunos nas vias públicas, já que, estão sendo liberados mais cedo; além da carência dos transportes escolares que andam superlotados e falta em alguns lugares. Os pais reclamam por terem que pagar R$ 2,00 por dia para que a filha chegue à escola.

Jana Maria Lima, mãe de aluno, lamenta a situação dizendo que os mais prejudicados são os alunos mais carentes que, ainda, vão para escola motivados pela merenda. O procurador do município disse que alguns servidores poderão retornar, mas somente após um minucioso planejamento acerca da real necessidade de suas atividades.

Madson Vagner (Colaborou Chinês / Agência Miséria)

Fonte: Miséria

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