Dez pessoas foram presas ontem em Trairi, a 124 quilômetros da Capital, suspeitas de corrupção eleitoral e formação de quadrilha. Dentre os detidos estão a esposa e o filho do atual prefeito do município, Josimar Moura Aguiar (PRB), além de dois vereadores, incluindo o presidente da Câmara Municipal de Trairi e o candidato a prefeito Magno Magalhães (PPS), quem tem o apoio do atual gestor nas eleições deste ano.
As prisões são resultado de uma operação de investigação sigilosa da Polícia Federal (PF) em conjunto com o Ministério Público Eleitoral (MPE) iniciada há pouco mais de um mês. A operação detectou documentos que evidenciavam um suposto esquema de compra de votos com recursos públicos por parte de pessoas ligadas à atual gestão para favorecer a campanha do postulante Magno Magalhães (PPS).
Em entrevista coletiva na sede da Procuradoria da República (PR) na tarde de ontem o procurador eleitoral Márcio Torres detalhou que as prisões por enquanto não refletem no processo eleitoral. “Essa primeira fase é de investigações, o que não torna o candidato detido inelegível num primeiro momento”. Torres explicou que a prisão preventiva dos acusados tem duração de cinco dias, período em que eles serão ouvidos e será feita a identificação dos eleitores que teriam recebido benefícios em troca de votos.
O delegado federal Janderlyer Gomes diz que esta operação que resultou na prisão de dez pessoas teve início após a operação “Trairi Limpo”, realizada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que detectou o desvio de R$ 21 milhões do erário de Trairi e levou ao afastamento do atual prefeito, Josimar Moura Aguiar (PRB).
Defesa
O advogado dos dez suspeitos presos ontem, Waldir Xavier, informou que está se inteirando do caso e reunindo documentos para hoje ajuizar medida liberatória dos acusados. Xavier explica que o objetivo da ação é que os acusados aguardem em liberdade o fim das investigações.
Marina Solon
Fonte: O Povo
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