Em 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos eram alvo de um dos maiores atentados terroristas da história. Exatos 11 anos depois, o país enfrenta críticas justamente pelas medidas tomadas depois dos atentados.
Nas últimas semanas, os EUA foram acusados de violar direitos humanos no Afeganistão e na captura e morte de Osama bin Laden. Segundo um livro recém-lançado por um ex-militar, o líder da Al Qaeda já tinha levado um tiro na cabeça quando o comando Seal (força especial da Marinha americana) o achou em seu quarto, em uma casa, em Abbottabad, no Paquistão.
Sob o título "No Easy Day: The Firsthand Account Of The Mission That Killed Osama Bin Laden" ("Um dia nada fácil: o primeiro relato da missão que matou Osama Bin Laden", em tradução livre) a publicação oferece um relato em primeira pessoa da operação de 2 de maio de 2011.
O governo de Obama havia indicado que Bin Laden fora visto na entrada do quarto e que depois voltou correndo para dentro dele, o que fez os integrantes do comando suspeitarem de que poderia estar procurando por uma arma.
Mas o autor, que escreve sob o pseudônimo de Mark Owen - embora já tenha sido identificado como Matt Bissonnette pela imprensa -, assegura que Bin Laden recebeu um tiro do comando Seal já na porta do quarto e que foi encontrado depois dentro do mesmo cômodo sangrando por causa do ferimento, segundo trechos citados pela imprensa.
Bin Laden sofria convulsões e uma mulher chorava a seu lado. Os integrantes do comando afastaram a mulher dele e voltaram a disparar contra o terrorista, conta o livro.
As autoridades americanas ainda não quiseram fazer comentários sobre os relatos feitos no livro a respeito da operação, que é vista como um dos grandes êxitos da administração Barack Obama.
Mas o Pentágono quer processar o autor da obra, sob a alegação de que o livro contém informações confidenciais e sensíveis.
O porta-voz George Little disse à imprensa que, do ponto de vista do Pentágono, o autor violou o acordo de confidencialidade que havia assinado antes de ser reformado e que errou ao não apresentar os manuscritos às autoridades antes que fossem publicados. "Enviar o livro para uma revisão é uma questão de bom senso, afirmou.
Inimigos de Gaddafi
O governo americano também é acusado de ter torturado opositores do ex-ditador líbio Muammar Gaddafi, durante a administração de George W. Bush, entre 2003 e 2005.
Segundo a ONG Human Rights Watch, os EUA enviaram inimigos de Gaddafi ao Afeganistão, onde foram presos e torturados, antes de serem mandados de volta à Líbia. Com base em documentos e testemunhos, a ONG fez um relatório, no qual afirma que vários integrantes do Grupo Islâmico de Combate líbio, movimento suspeito de manter vínculos com a Al Qaeda, foram detidos na chamada "guerra contra o terror".
Os prisioneiros, que hoje fazem parte do novo governo da Líbia apoiado pelos EUA, alegam ter sofrido “graves torturas”, tendo sido impedidos de dormir durante dias em uma prisão sem luz e com uma música que era tocada ininterruptamente em um volume alto. Também há relatos de prisioneiros submetidos ao chamado 'submarino' (quando a cabeça do detido é mergulhada na água até que ele esteja a ponto de se asfixiar).
Segundo eles, a prática de prender opositores de Gaddafi sem acusação formal era parte da política de combate ao terrorismo elaborada pelo governo Bush após os atentados de 11 de Setembro.
Fonte: UOL
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