MST ocupa sede do Incra

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou na manhã de ontem a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Avenida José Bastos. Os manifestantes, que chegaram por volta das oito horas, instalaram-se no pátio e no estacionamento do órgão. Segundo o diretor estadual do MST, Manoel Messias, a ideia é permanecer lá até que as reivindicações sejam atendidas.

Por conta da movimentação no local, os funcionários do Incra foram liberados às 14 horas. O superintendente do órgão, Raimundo Cruz Pinto, afirmou, através da assessoria, que o expediente permanecerá suspenso até a desocupação do prédio. Messias classificou como “muito boa” a relação do MST com o Incra. “Nós estamos com representação pequena aqui, mas, se as pautas não forem atendidas até o dia de amanhã (hoje), pretendemos reforçar o número de acampados”.

Um dos pontos de reclamação é o atraso no pagamento dos profissionais que fazem assistência técnica aos assentamentos, o que inviabilizaria a preparação de projetos para assentados. “Nós queremos o imediato pagamento de todas as dívidas com a assistência técnica”, destaca Messias.

O MST quer também recursos para lonas e cestas básicas, que seriam revertidos a acampamentos. Além disso, pedem liberação de verba para construção de açudes e poços profundos “nesse momento em que passamos por uma das maiores secas do Estado”.

Os manifestantes reivindicam ainda a desapropriação e vistoria de terrenos para assentamentos. “O problema da reforma agrária no Brasil é que não é prioridade do Governo Federal”, avalia Messias.

Uma comissão do Incra nacional deve vir hoje a Fortaleza para iniciar as negociações com os representantes do Movimento. O coordenador de Assistência Técnica e Extensão Rural, César Aldrighi, já está confirmado para essa rodada de discussões. Pinto, através da assessoria, declara apenas que a pauta de reivindicações será discutida pelos responsáveis de Brasília.

Alan Santiago

Fonte: O Povo

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