Falta consenso sobre uso das sacolas plásticas no CE

O uso de sacolas plásticas em supermercados continua polêmico, apesar de, em São Paulo, ter havido uma reviravolta: a proibição foi suspensa, em nome do direito do consumidor de escolher como carregar suas compras. Mas, no restante do País, pelo menos 60% das Capitais já aprovaram leis que regulamentam ou proíbem o uso das sacolinhas. No Ceará, há duas iniciativas tramitando na Assembleia Legislativa para a substituição das sacolas plásticas por retornáveis.

“Queremos que o cearense aprenda a reciclar e a utilizar sacolas retornáveis, diminuindo os danos ao meio ambiente”, diz a deputada Eliane Novais (PSB), autora de um dos projetos de lei.

O presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Aníbal Feijó, afirma que 90% dos estabelecimentos no Ceará já apresentam meios alternativos à sacola convencional. As caixas de papelão, antes vendidas pelos empresários, também estão sendo disponibilizadas para os clientes. “Nós não podemos tirar as sacolinhas comuns de uma vez, isso pode chocar o consumidor. Precisamos dar opções e incentivar o uso dos outros meios”, diz.

Por outro lado, o presidente do Instituto Sócioambiental dos Plásticos (Plastivida), Miguel Bahiense, destaca que o uso das sacolas plásticas é importante para a economia. “Em 2011, foram registrados no Brasil 30 mil empregos diretos e 70 mil empregos indiretos no setor de sacolas plásticas. Esse mercado movimentou R$ 500 milhões”, conta.

Outro argumento usado por Bahiense foi um estudo realizado pela empresa Microbiotécnica que apontou que caixas de papelão e sacolas de pano possuem alto grau de contaminação, podendo prejudicar a saúde da população. “Esse estudo prova que a sacola plástica é o meio mais eficaz para armazenar as compras. É preciso investir em sacolas resistentes e incentivar o uso consciente”, disse.

Já para a doutora em Engenharia de Materiais, Flávia Oliveira Abreu, a sacola de plástico convencional faz muito mal para o meio ambiente, pois é constituída por matéria prima oriunda do petróleo e leva cerca de 400 anos para se degradar. Já a sacola oxi-biodegradável, que leva em média de 3 a 6 meses para se decompor, é uma alternativa mais viável para o meio ambiente. “O ideal, para o meio ambiente, é reciclar, reaproveitar e reutilizar”, disse.

Liane Braga

Fonte: O Povo

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