Greve: Maior sindicato de professores federais rejeita nova proposta

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes SN), principal entidade representativa da categoria no País, divulgou ontem comunicado oficial rejeitando a nova proposta salarial do Ministério do Planejamento. De acordo com o sindicato, o texto foi encaminhado às universidades federais de todo o País, a fim de embasar assembleias que estão acontecendo desde ontem até a próxima segunda-feira.

Nos encontros, será votado o posicionamento de cada instituição sobre o fim ou continuidade da greve dos docentes, que já dura 72 dias. O comando nacional de greve da Andes reuniu-se quarta-feira pela manhã para debater a proposta do Governo e as discussões se estenderam até a madrugada de ontem.

O documento afirmou que as alterações nos percentuais de aumento salarial apresentadas pelo Planejamento “foram dirigidas às situações que demonstravam maior perda de valor real até 2015”, mas que, mesmo assim, “a maioria dos docentes terá valor real reduzido nos seus salários”.

O texto alegou ainda que questões consideradas importantes pelos docentes, tais como a estruturação e a progressão de carreira; a gratificação por projetos institucionais e atividade de preceptoria; além dos critérios para promoção de professores foram jogadas para frente, ficando sob a dependência da criação de grupos de trabalho.

Para o Andes SN, isso evidencia “o esforço do governo para retirar os pontos polêmicos da mesa de negociações durante a greve, avocando a si, no futuro, a discricionariedade para tomar as decisões”.

Marinalva Oliveira, presidente do Andes SN, afirmou que os percentuais de reajuste apresentados pelo Governo, de 25% a 40%, segundo a nova proposta, aparentam ser elevados, mas têm como referência o mês de julho de 2010. “Além disso, a proposta é parcelada em três anos. Se considerada a inflação do período, esses reajustes não cobrem”, disse.

Enquanto isso, a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), central sindical que representa parcela menor da categoria dos docentes, decidiu apoiar a proposta governamental e recomendar o encerramento da paralisação. (das agências de notícias)

ENTENDA A NOTÍCIA
Há mais de dois meses paralisados, professores mantêm posição de continuar greve, por tempo indeterminado. Fim do recesso acadêmico, nos próximos dias, deverá fazer pressão sobre o movimento.

Saiba mais
O Governo Federal tinha cedido e oferecido nova proposta de reestruturação de carreira às entidades sindicais dos professores dos institutos e universidades federais. 

Depois de mais uma rodada de negociação, para colocar fim à greve, foram oferecidos reajustes que variam entre 25% e 40% para todos os docentes.

Além disso, a data para entrar em vigor foi antecipada. Antes, o aumento variava entre 12% e 45%, já somados os 4% aprovados em maio.

A proposta não agradou os representantes da categoria, que alegaram que o governo não contemplou a reestruturação da carreira para todos os níveis de docentes.

Fonte: O Povo

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