Eleição pode prejudicar andamento de CPI do Cachoeira

A CPI do Cachoeira terá pela frente, quando voltar às atividades a partir da próxima semana, mais de três meses de trabalho e um desafio: impedir o esvaziamento das sessões uma vez que muitos do parlamentares que a integram já estão envolvidos em campanhas nos seus redutos eleitorais. A avaliação é do presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), para quem a CPI - em 90 dias de existência - conseguiu superar as desconfianças de quando foi criada e provou não ter transformado as investigações em uma queda de braço entre governo e oposição.

O próximo passo será, diz ele, marcar data de depoimentos do ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish; do ex-diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot; e do ex-diretor da Dersa, Paulo Preto. "Serão todos convocados", garante Vital, que não descarta reconvocar o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Segundo ele, até novembro a CPI terá de analisar os dados de sigilos fiscais que foram repassados. "Já temos em mãos 80% dos documentos e algumas convocações a fazer".

Segundo Vital do Rêgo, a CPI passou os seus três meses de existência se defendendo e que ela foi criada num "regime de desconfiança". "Vencemos o desafio de seu nascimento, do vazamento, e agora temos que vencer o desafio do esvaziamento".

Transferência
Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi levado ontem do presídio da Papuda, em Brasília, até a Polícia Federal de Goiânia, para prestar esclarecimentos sobre a Operação Monte Carlo - que deteve o empresário em 29 de fevereiro, sob acusação de explorar jogos ilegais e corromper autoridades.

O advogado Augusto Botelho, um dos defensores de Cachoeira, informou que esteve no início da tarde com seu cliente e que ele aguarda ser ouvido sobre as acusações a que responde. "É a primeira vez que ele vai falar sobre as acusações da Operação Monte Carlo, mas é só o início do processo", informou Botelho.

As audiências envolvendo o empresário estão programadas para hoje e amanhã. Hoje serão ouvidas testemunhas de acusação e amanhã Cachoeira deve ser interrogado. As audiências são na 11ª Vara Federal, onde corre processo em que ele e mais 80 pessoas são réus, acusados de crimes como corrupção e formação de quadrilha.

Um dia antes de participar de audiência na Justiça Federal em Goiás, Carlinhos Cachoeira, passou por duas avaliações psiquiátricas: uma por seu médico particular e outra por um perito criminal. As avaliações foram um pedido da defesa de Cachoeira.

Além disso, um perito indicado pela Justiça Federal fará um relatório para o juiz responsável pelo caso. A partir da avaliação, o magistrado pode decidir se Cachoeira permanece preso ou pode responder em liberdade.

A mulher do empresário, Andressa Mendonça, esteve na sede da PF e entregou um bilhete ao marido. No papel, escrito a mão, dizia que o amor entre eles "era mais forte que tudo" e dizia que estava rezando pelo marido.

Recurso negado
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Ari Pargendler, negou mais um pedido de liberdade de Cachoeira. A defesa pediu ao presidente da corte, que despacha durante o recesso, para suspender efeitos da liminar concedida antes pelo ministro do STJ Gilson Dipp, determinando que o empresário permaneça na prisão preventiva. Os advogados recorreram questionando a liminar.

Adriano Aprígio, ex-cunhado de Cachoeira, foi libertado ontem após pagar fiança de R$ 10 mil. Ele estava preso em Goiânia desde o dia 6 de julho.

Fonte: Diário do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AddThis