CE é 2º lugar no ranking de mortes por dengue

Apesar de um certo alívio da população com relação à dengue hoje, dados do Ministério da Saúde colocam o Ceará em posição de destaque nacional quando o assunto é gravidade da doença. Mapeamento do primeiro semestre (até a semana 25, entre o fim de maio e junho) posiciona o Estado em segundo lugar no ranking de óbitos, somando, à época, 20 mortes, atrás apenas do Rio de Janeiro, com 24. O Ceará fica na quinta posição, no número de doentes graves: 161.

Apesar de todo este cenário e do aumento de 3.657 casos confirmados na Capital somente na semana passada, o atual gerente da Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Antônio Lima, já anuncia o fim da epidemia em Fortaleza.

De acordo com os boletins mais recentes (até a semana 28) da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e da SMS, o Ceará já soma, ao todo - desde o começo do ano de 2012 - 38.852 casos confirmados; 30.437 só na Capital.

"As pessoas podem ficar mais calmas e confiantes, que o pior já passou. Tivemos, sim, uma situação muito grave no Estado, mas entramos, agora, na curva decrescente. Esses casos que ainda estão sendo contabilizados nesses últimos boletins são de meses anteriores, ainda reflexos da crise dos meses de maio e junho", afirma Antônio Lima.

Todo o montante de doentes contabilizados em 2012 faz com que o Ceará tenha registrado o quarto maior surto da história, desde quando a dengue começou a ser notificada em1986.

Confirmações
Sobre os óbitos registrados pelo Ministério da Saúde, tanto Município quando Estado reforçam que a grandeza desses números - e a posição de vice-liderança nacional - são frutos, principalmente, de um trabalho de "pente-fino" nas investigações.

"Somos um dos locais que mais vai atrás de saber e confirmar o motivo das mortes. Temos o Serviço de Verificação de Óbitos, que é bem atuante. Temos muitas mortes porque investigamos muito", afirma o titular da Sesa, secretário Arruda Bastos.

Ainda conforme Bastos, a situação, agora em julho, é de queda real dos casos graves e das mortes. Estaríamos no momento mais decrescente da curva. Tanto que, segundo ele, as unidades hospitalares, estariam já todas elas bem esvaziadas de doentes com sintomas de dengue.

Um dos locais que, durante o fim do primeiro semestre, se tornou um "termômetro" para a incidência da epidemia, o Hospital São José, por exemplo, já vive um momento diferente do pico.

"Todas as unidades e hospitais municipais já não estão mais com os corredores tão lotados de doentes da dengue. O problema da epidemia ainda não acabou totalmente, mas já houve redução bem expressiva que é sentida a no Hospital São José", relata o diretor Anastácio Queiroz.

De acordo com Antônio Lima, o momento, agora, é também de avaliação do que foi feito, dos pontos positivos e dos negativos da gestão municipal. Reuniões já estão sendo realizadas vislumbrando atividades de prevenção já para o ano de 2013.

"Muitas ações funcionaram e foram eficazes nessa epidemia. Mas, continuaremos, sim, a atuar, mesmo com fim da epidemia, para que, no próximo ano, situação não venha com tanto gravidade como foi nesse primeiro semestre", destaca Lima.

Para ele, o que mais agravou o quadro epidêmico na Capital foi a inserção do vírus tipo IV e a falta de imunidade da população com a nova tipologia. "Talvez não enfrentaremos tantos problemas em 2013. Mas já estamos nos prevenindo e começamos a preparar o próximo Plano de Contingência", finaliza.

IVNA GIRÃO
REPÓRTER 

Fonte: Diário do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário

AddThis