´Food service´ chega às panificadoras do Interior

Acompanhando uma tendência mundial, as panificadoras do Interior adotam novas estratégias para qualificar os produtos e serviços e atrair mais consumidores. No Cariri e no Sertão Central, os empresários ampliam os produtos vendidos. Não se limitam mais somente ao pão e entram na era do "food service", oferecendo também cardápios para o café da manhã, almoço e jantar. Para tanto, modernizam as instalações e também oferecem ambientes climatizados.

As padarias e confeitarias instaladas na região do Cariri querem se transformar em grandes centros gastronômicos. Por meio de uma parceria entre o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado do Ceará (Sindpan), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e fornecedores do produtos para o seguimento, os panificadores estiveram participando do 1º Cariri Pão. O evento, que aconteceu entre os dias 20 e 21, mostrou as inovações de produtos e serviços que podem auxiliar na ampliação das empresas. Desde 2007, o Sebrae e Sindpan estão trabalhando o desenvolvimento da panificação.

Segundo o Sindpan, atualmente, em toda a região existe uma média de 200 empresas de panificação. O setor emprega, em média na região, 3.500 pessoas. No Estado, esse número é crescente. Acredita-se que existam 35 mil empregos gerados pelas 2.400 panificadoras. Apesar dos investimentos em modernização e inovações se concentrarem em Fortaleza, muitas padarias do interior do Ceará já estão ofertando um leque de produtos e serviços variados. Apenas no ano passado, 12 delas realizaram grandes reformas, onde passaram a atuar fortemente e de forma significativa no mercado gastronômico. As melhorias atingiram o conforto e a qualidade no atendimento aos clientes.

As panificadoras de Quixadá começam a instalar sistemas de climatização de ar. Fechar as portas, essa é a nova estratégia de empresários do ramo para amenizar o calor, agradar e atrair mais clientes. Com a temperatura do lado de fora beirando os 40°, os proprietários das padarias começam a apostar no aquecimento dos negócios do lado de dentro com, no máximo 20°. "Além do atendimento no balcão, o movimento deve aumentar no início das manhãs e nos fins das tardes, nos coffee breaks", estima o panificador Marcos Aurélio de Holanda. A sua padaria é a primeira da cidade a fazer a adaptação.

A Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip) aponta que o setor movimenta cerca de R$ 89 bilhões ao ano, gera a média de 760 mil empregos diretos e 1,8 milhão de indiretos. Ao todo, o País conta com aproximadamente 63 mil empresas. Em 2011, o seguimento cresceu 11%. No Ceará, o setor vem obtendo destaque durante os últimos anos, com relação aos demais Estados da região Nordeste. Desde 2001, as empresas cearenses estão buscando a evolução, com a capacitação de empresários e colaboradores das padarias, que tentam atender as novas exigências do mercado consumidor e acompanhar as habilidades da panificação dos grandes centros urbanos, como São Paulo e Minas Gerais.

O método de atendimento "food service", onde são ofertados, além do pão, café da manhã, almoço e jantar, há mais de quatro anos mudou o hábito de consumo dos clientes das padarias. A ABIP, por meio do Programa de Apoio a Panificação (Propan) está, constantemente, realizando estudos para identificar os anseios do novo modelo de consumidores. A associação promove adequações das empresas ao perfil dos clientes. Desde 2007, o Propan apontou a necessidade das padarias caririenses modernizarem seus padrões. O grande objetivo da Abip é que os estabelecimentos ofereçam melhores produtos, novos serviços.

Sendo o Cariri um dos destinos turísticos de destaque no Ceará, com grande fluxo de visitantes durante o ano inteiro, o mercado consumidor de produtos do setor da panificação é extenso. Mas, de acordo com o Sindpan, os compradores poderiam ser melhor atendidos pelo seguimento, que tem capacidade para gerar mais renda e desenvolvimento para a região. No momento, o grande desafio dos empresários não é mais o aumento dos lucros. O gargalo atual do setor é manter a competitividade. O presidente do Sindpan, Lauro Martins de Oliveira Filho, revela que o potencial de expansão da panificação no Cariri é de 50%, com relação ao cenário atual. Para ele, é necessário que os empresários modifiquem os modelos de gestão, o formato das lojas, o mix de produtos e a capacitação dos colaboradores.

Mais informações
Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado do Ceará
Avenida Barão de Studart, 1980
Fortaleza (CE)
(85) 3261.0052

YAÇANÃ NEPONUCENA
REPÓRTER

ALEX PIMENTEL
COLABORADOR 

Fonte: Diário do Nordeste

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