Topiqueiros fazem protesto no Interior

Cerca de 230 manifestantes bloquearam a CE-060, nas proximidades do quilômetro 75, e a CE-356, no km 34, na manhã de ontem, segundo informações da Polícia Rodoviária Estadual (PRE). O protesto foi contra as ações do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), que interditou as passagens para as cidades de Aracoiaba, Baturité, Quixadá, Capistrano, Fortaleza e Itapiúna.

"Já queimaram madeira e pneus na pista. Além disso, colocaram os carros para bloqueio. Fizeram uma barricada mesmo", disse o subtenente Antônio Marcos, da PRE.

Desde as 8h da manhã, motoristas e passageiros fizeram a interdição das estradas, exigindo a presença da imprensa. "Aqui não passa nem o governador. Nós vamos bloquear tudo, até que a imprensa venha aqui. Eu faço uso dos serviços e vejo como os motoristas vêm sofrendo com as multas", disse o passageiro Josenias Evangelista de Abreu.

Eles reclamam das penalidades as quais os agentes do Detran têm submetido os topiqueiros e motoristas de D-20 que fazem transporte de pessoas na região. Os manifestantes acusaram o Departamento de perseguição e disseram que já estiveram na mira de armas de fogo para que parassem de rodar.

"Queremos saber como fazer para legalizar. O pessoal dos matos dependem desse transporte para conseguir trabalhar honestamente", explicou Josenias.

Em rodovias do Sertão Central, motoristas e passageiros do transporte alternativo também reclamam das blitze do Detran. Na Coluna Voz dos Municípios (ver ao lado), eles reclamam que o Departamento voltou a intensificar as multas na região.

Transporte clandestino
De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito, os motoristas fazem transporte intermunicipal de pessoas clandestinamente. "Houve uma licitação, para empresas e cooperativas, que cedia a concessão para fazer linhas regulares de passageiros. Os clandestinos querem ter os mesmos direitos que a empresa e a cooperativa que ganharam o processo licitatório", explicou Auxiliadora Abraão, gerente de fiscalização de transporte do Detran.

Quanto ao uso de armas de fogo, o Detran se defendeu das acusações e informou que os agentes não têm e nunca tiveram porte legal de armas, logo não poderiam afrontar motoristas dessa maneira. Quando há necessidade de uma fiscalização reforçada, segundo Auxiliadora, o órgão recorre à PRE para auxílio no trabalho.

Situação dos veículos
A gerente afirmou que os veículos que fazem rotas clandestinas estão em mau estado e são, em geral, antigos, com 15 ou mais anos de uso. Por outro lado, as cooperativas legalizadas gastaram para renovar a frota e oferecer segurança e conforto para os passageiros - exigências que constavam na licitação.

Ela disse também que os membros das cooperativas que ganharam a concessão se sentem prejudicados pelos ilegais, motivo pelo qual o Detran tem sido cada vez mais atuante na região.

Foto meramente ilustrativa

Fonte: Diário do Nordeste

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