Juazeiro do Norte (CE): Galo com anomalia genética atrai curiosos

Há dois anos, o criador Everaldo Alves dos Santos, residente no Sítio Santa Rosa, em Juazeiro do Norte, cria um galo que se diferencia dos demais. O galo Zé, como é chamado, tem três patas, dois rabos, duas cloacas e quatro cores de penugens, marrom, branco, ferrugem e preto. Além do perfil, o animal de meia idade se distingue pela obediência e pelo carinho que demonstra pelo seu dono. Quando o proprietário o chama, logo nos primeiros barulhos do milho, o Zé chega.

O galo Zé descende da raça Indiano, é alimentado com ração animal de milho e ainda come restos de comida. Ele pesa 2 quilos e 200 gramas. Segundo o proprietário, Zé também é um bom reprodutor, já chegou a procriar 40 vezes. Apesar de ser diferente, ele convive bem com o restante dos animais do galinheiro. Tendo apenas que ficar preso de vez em quando para não ser agredido pelos cães do sítio. Atualmente, a ave se recupera de ataque, onde perdeu um de seus rabos após um golpe que um cachorro lhe deu. O proprietário conta que quando adquiriu o animal, o seu antigo dono tinha medo da anomalia do bicho e acreditava que ele poderia trazer algum mal.

Castigo divino
Acreditava que a ave havia nascido com o defeito em seu galinho devido a um castigo de Deus. Então era preciso se desfazer rapidamente daquela "penitência". Mesmo após dois anos de vida do galo, no Sítio Santa Rosa, a população ainda tem a curiosidade de observar o bicho.

Metade dos moradores do local já procurou conhecer a ave. Everaldo diz que é comum as pessoas não acreditarem nas características do animal. "Quando eu falo que tenho um galo assim, o povo acha que eu estou mentindo. Todo mundo só acredita quando vê", diz ele.

Com isso, o galo já virou atração na comunidade. Recentemente, um criador de galinhas solicitou o empréstimo do galo para procriar junto a umas galinha de outro sítio no Município de Barbalha.

O mais interessante é que nenhum dos pintos das crias do galo nasce com as características genéticas do reprodutor.

Segundo o proprietário Everaldo, quando ele adquiriu o galo, o animal era doente, tinha um olho quase cego, andava com dificuldade e não tinha pena. Ele diz que foi através dos cuidados especiais que a ave conseguiu sobreviver, crescer e hoje levar uma vida igual a dos outros galos. De acordo com o criador, o animal nunca mais ficou doente e por dispor de tanta saúde, até já participou de uma feira de exposições.

O dono do galo acredita que o ovo do qual Zé foi originado pode ter sido mal chocado. "Zé sempre foi rejeitado. Nem a galinha mãe quis saber dele. Do jeito que ele nasceu, ia morrer rapidinho. Eu salvei a vida dele e por isso, sinto que ele gosta de mim. Tenho muito cuidado, exatamente por ser diferente, Zé é especial para mim", afirma.

De acordo com o médico veterinário Francisco Herivelto Silva, o galo Zé é o primeiro da Região do Cariri a apresentar essas características.

Ele revela que não há relatos de nenhum outro animal com essa aparência. O especialista diz que o caso pode ser explicado por uma má formação diretamente no espermatozoide, que possivelmente fecundou dois óvulos. Para investigar a formação genética, o animal precisa ser submetido a exames complementares de raio-x e ultrassom, que podem precisar onde ocorreu a má formação.

YACANÃ NEPOMUCENA
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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