Os buffets do Cariri primam pela diversificação. Dos espaços mais sofisticados e com um padrão de atendimento do nível nacional, aos mais acessíveis, que podem realizar as sonhadas festas de bodas, formaturas, aniversário ou recepções empresariais, os espaços para eventos se multiplicam. Porém, o setor acontece em um mercado que envolve a concorrência, investimentos e busca de qualificação de pessoal para atender as novas demandas.
Somente em Juazeiro do Norte, são mais de 20 buffets. Empresas de outros Estados têm investido no filão, com a abertura de grandes espaços, com festas que chegam a fechar com mais de 2 mil pessoas. Essa é uma nova realidade, que tem exigido dos donos desses empreendimentos cada vez mais capacidade de se adequarem às novas demandas para atendimento de um er a um grande público.
Alguns deles chegam a organizar cerca de 14 festas a cada mês e já estão com praticamente agenda fechada até o meio do próximo ano, com as principais datas preenchidas. Os clientes passam a ser fidelizados, do casamento ao batizado e debutantes. O preço dessa conquista tem sido trabalho, investimento, boa cozinha, qualificação profissional, sintonia com as principais novidades em termos de Brasil.
Nesse sentido, o casal Ana Cláudia Moreira Dantas e Klerton Macambira Dantas tem tido uma dedicação de 15 anos, para oferecer no espaço Lagarta Pintada, iniciado para atender festas de criança, em Crato, um serviço com múltiplas opções de comodidade para o cliente. Numa área de 20 mil metros quadrados, que já chegou a ter festas de 1.200 pessoas, eles iniciam mais um serviço de atendimento, com estacionamento exclusivo para 300 carros, com manobrista. A construção de um bosque e um lago, numa área de 3.500 metros quadrados, tem sido o projeto desenvolvido no momento.
Público variado
Em busca do novo para oferecer a diferença, o casal investe na capacidade de proporcionar o sonho das grandes festas a um público diversificado. Quanto aos preços, eles não se arriscam já que maioria dos proprietários de buffets no Cariri segmenta os serviços e esses valores acabam sendo acrescentados de acordo com as exigências de cada cliente. Os preços são calculados por pessoa. Com a vinda de novas empresas para a região e multiplicação dos cursos universitários, as festas também assumiram proporções maiores.
Para a proprietária do buffet Elita´s, em Juazeiro do Norte, Cleide Moreira, que há 25 anos empreende na área, o mercado tem se ampliado e a concorrência passa a ser algo até saudável, proporcionando serviços melhores e com maior estrutura. A experiência no ramo e um atendimento com qualidade são primordiais, segundo a empresária.
Hoje, com seis funcionários diretos, ela chega a contratar vários outros, a depender da festa que irá realizar. Mas a grande dificuldade que os donos de buffets têm encontrado na região ainda diz respeito à mão-de-obra qualificada. "Temos que formar os nossos próprios garçons, muitas vezes, já que a região não oferece ainda condições de formação para esses profissionais", diz a empresária Ana Cláudia.
Klerton afirma que a busca de investimentos no setor diz respeito aos detalhes, que vão desde as cadeiras modelo italiano às taças de cristal. O mobiliário, os espaços em que podem ser projetados ambientes, cidades cenográficas para festas de crianças, berçários, chegando ao ponto de muitas vezes complementar os serviços com profissionais de outros estados, para trazer ao público a satisfação de realizar o desejo de consumo. Ele e Ana Cláudia chegam a contar com 15 funcionários fixos para atender à demanda, inclusive uma decoradora exclusiva, além das festas em que necessita de maior número de contratados. O que acontece em vários buffets da região.
Mas Cleide destaca que mesmo com os investimentos dos grandes buffets, há muitas vezes a concorrência desleal. Isso acontece muitas vezes por parte de pessoas que não têm espaços para realizar os eventos, não bancam uma estrutura própria e se aventuram no ramo. Ela ressalta a importância de se criar uma entidade para congregar os donos de buffets do Cariri, para promover uma qualificação maior para o setor na região.
ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste
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