Dilma cobra queda maior nos juros dos bancos

A presidente Dilma Rousseff aproveitou a comemoração do Dia do Trabalho para cobrar dos bancos privados, em cadeia nacional de rádio e televisão, redução mais contundente das taxas de juros. A presidente afirmou que não há como explicar os patamares praticados e que o setor financeiro “não tem como explicar essa lógica perversa aos brasileiros”.

“É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com um dos juros mais altos do mundo. Esses valores não podem continuar tão altos. O Brasil de hoje não justifica isso”, disse a presidente, ontem à noite.

Dilma lembrou que o Banco Central tem reduzido nos últimos meses a taxa básica de juros, a Selic, e que isso também precisa se traduzir para o consumidor, com a diminuição de taxas para empréstimos, cartões de crédito, cheque especial e crédito consignado.

Ela afirmou que é “importante” que os bancos privados sigam os públicos, que puxaram a redução nas últimas semanas, e são “bom exemplo da saudável concorrência de mercado”. “Os bancos não podem continuar cobrando mesmos juros para empresas e consumidor enquanto a taxa básica cai” .

Embate com bancos
O embate do Governo com os bancos privados começou no mês passado. Representante da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal negociava meios para a redução de juros. Após reuniões com a equipe de Guido Mantega (Fazenda), contudo, criou impasse ao dizer que “a bola estava com o Governo”.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, teve de entrar no circuito e reabrir as conversas diretamente com os grandes bancos. De lá para cá, os dois maiores bancos públicos do país, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, lideraram um processo de redução nas taxas, o que foi seguido pelas instituições privadas.

Dentro do Governo, a medida é avaliada como popular - o que ajuda a explicar o pronunciamento. Na semana retrasada, os juros básicos do BC desceram ao menor patamar em termos reais (descontada a inflação) na história recente do Brasil.

Em sua fala, a presidente voltou a defender a indústria nacional, dizendo que é preciso haver “diminuição equilibrada” dos impostos para produtores e para consumidores, com uma taxa de câmbio que defenda a indústria e a agricultura.

Fonte: Folha.com

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