Crato (CE): Joia folheada está em ascensão

Desde a década de 50, o comércio de joias no Cariri vem crescendo. Atualmente, já são mais de dez fábricas de fundição e banho de joias instaladas na região. Mas ainda existem os produtores de fundo de quintal que somam mais de 20. Há também a Associação dos Lapidários, Artesãos Minerais e Ourives da Região do Cariri (Alamoca), que serve de referência dos produtos, em feiras e exposições em outros Estados do País. A produção de joias e semijoias joias caririenses é exportada e distribuída Brasil afora por meio de vendedores ambulantes ou pontos de revenda. As peças folheadas a ouro podem variar de R$ 5 a R$ 600. São consumidas em sua maioria por mulheres.

À partir da década de 1970, a produção de joias em ouro cedeu espaço para os produtos folheados. Hoje, as semijoias dominam o mercado. Mas, as oficinas de ourives ainda estão presentes nas ruas do comércio das cidades. Os ourives confeccionam diariamente belas peças manuais. Um deles é Geraldo Farias de Melo. Ele mantém a mais antiga loja de joias em funcionamento em Juazeiro do Norte. A Joalheria São Geraldo está aberta há mais de 50 anos. O senhor Geraldo faz parte da segunda geração dos comerciantes de joias de Juazeiro. Ele conta que iniciou no seguimento quando ainda era muito jovem, comprando mercadorias nas oficinas da cidade e as revendendo em outros Estados. Também trabalhou como ourives e ensinou a profissão a vários garotos. Mas deixou o ramo para atuar como cobrador de ônibus. Não contente, quatro anos depois, retornou a sua carreira inicial. Passou a ser vendedor, desde lá permanece como tal.

Progresso
Geraldo Farias relaciona o progresso da cidade ao comércio de joias. Conta que até 1975 eram mais de 100 homens que realizavam a venda ambulante de joias de Juazeiro do Norte em todo o território nacional. Na época o ouro das peças produzidas na cidade era extraído de Serra Pelada. Ele compara o mercado de joias da época ao atual apogeu da indústria de calçados e diz que já chegou a passar mais de 40 dias trabalhando longe de casa. "Em todos os lugares do Brasil, o Juazeiro do Norte era conhecido por ser a terra do Padre Cícero. A gente, os vendedores de joias, usava isso a nosso favor. Guardo boas recordações daquele tempo e vejo que hoje tudo mudou. É mais fácil vender, tem estradas, aeroportos, no meu tempo era apenas o trem. Hoje, desenvolvimento chegou e nunca vai deixar o comércio de joias se acabar".

O desenvolvimento da região do Cariri aconteceu com a figura do Padre Cícero. Mas, o comércio de joias não deixou de dar sua contribuição. Com os vendedores, o nome da cidade foi divulgado, provocando uma demanda turística que movimenta o comércio e incentiva a produção de joias, principalmente de Juazeiro, até hoje. Atualmente, a demanda pelos produtos é muito grande. Apenas em uma loja da Minas Joias, que revende exclusivamente folheados da fabricante juazeirense Jr. Joias Foleadas, tem aproximadamente 480 clientes fixos, que compram as mercadorias em atacado. A loja dispõe de cerca de oito itens, em entre pingentes, correntes, brincos e anéis de modelos variados.

Devido à vaidade e a preocupação com a aparência, a procura por peças masculinas também é frequente. Os folheados produzidos pelas fábricas juazeirenses são banhadas a ouro. De acordo com a exigências do setor, elas podem ter de um flash até três micros de ouro. Algumas têm garantia de dois anos. Nas joalherias, o produto mais vendido é o brinco. A cada 90 dias os comerciantes do setor renovam seus estoques. Estima-se que na cidade existem cerca outras 200 lojas de bijuterias importadas.

Outros fabricantes
O grande potencial do setor de joias no Cariri chega a atrair fabricantes de outros Estados. Como é o caso da Rommanel, que tem fábrica em São Paulo e já atua na região há 11 anos. Diante da grande aceitação de seus produtos, a marca está expandindo suas lojas. Nos próximos 40 dias, haverá mais uma filial Rommanel em Juazeiro, desta vez, no Cariri Shopping. Ao todo, a filial da marca atende a mais de 30 mil clientes, dos Estados de Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão e Acre. As vendas são feitas por telemarketing ou presencialmente. Para fidelizar os clientes, a loja investe em atendimento e na venda da imagem, por meio de propagandas. A Rommanel tem 17 lojas.

O crescimento do setor é tão grande que os investidores pretendem instalar, nos próximos anos, outra loja em Juazeiro. O projeto prevê uma filial para o Shopping Juazeiro.

YAÇANA NEPONUCENA
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

Um comentário:

  1. O mercado joalheiro não pára de crescer! Além de vendedores ambulantes e de pontos de revenda, um mercado que vem ganhando espaço é o de loja de joias online. Por isso gostaria de indicar a Martinetto Joias e Acessórios, que conta com uma variedade de acessórios femininos, e garantia na entrega de seus produtos! Faça-nos uma visita!

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