O governador Cid Gomes disse que não tem satisfação a dar a Luizianne Lins (PT) sobre com quem vai ou deseja conversar. "Não tenho satisfação a dar a ninguém com quem eu vou conversar". O governador disse mais que não tem dívida alguma com a prefeita. "Eu estou livre. Não devo nada a ela". A sucessão municipal não é prioridade em sua agenda, principalmente em razão da seca que maltrata uma parte dos cearenses.
"Nem ela me deve nada, nem eu devo nada a ela. Estamos nesse campo quites. Ela me apoiou na minha primeira eleição e eu sou grato por isso. Eu a apoiei na sua reeleição, inclusive contra uma ex-cunhada minha (Patrícia Saboia)". Agora eu estou livre, disse Cid Gomes.
O governador respondia a jornalistas sobre as declarações de Luizianne, na última quarta-feira, de que ele não atende a suas ligações para tratar da continuidade ou não da aliança. E que ficou surpresa pelo fato de ele ter procurado o ex-presidente Lula, em São Paulo, antes mesmo de tratar com ela as questões ligados à eleição de Fortaleza.
Nacional
Ele disse não ter recebido qualquer ligação da prefeita. E sua secretária também não tem registro de ligações de Luizianne nos últimos meses. Quanto ao fato de ter ido falar com o ex-presidente Lula, enfatizou que já havia dito a Luizianne que sobre a sucessão de Fortaleza ele primeiro ia conversar com Lula, depois conversaria com o presidente nacional petista, Rui Falcão e só após ter tratado com os dois falaria com ela sobre Fortaleza.
Segundo disse o governador, seu interesse em manter a aliança no plano nacional. Por ora ele só esteve com Lula, o encontro com Rui Falcão deve acontecer na próxima semana, mas nada ainda está definido. Ele ainda vai aguardar um novo encontro com o ex-presidente, que ficou de conversar com lideranças petistas sobre a situação em várias capitais brasileiras.
Aliança
Em mais de uma oportunidade o governador disse estar livre e não dever nada a Luizianne, ressaltando também a importância da aliança para sua eleição e a reeleição dela. Cid ainda lembrou que para a sua eleição foi Luizianne quem indicou o nome do vice-governador, o hoje deputado estadual e secretário de Cultura, Professor Pinheiro, de quem disse ter se tornado amigo. Ele não fez referências ao vice-prefeito que indicou para a reeleição de Luizianne.
Sobre o seu encontro com o ex-presidente Lula, Cid confirmou o que havia sido noticiado pelo Diário do Nordeste, na última quarta-feira. Que a conversa não foi conclusiva, mas foi significativa. "Eu gosto dele. Sou grato a ele", disse para em seguida repetir que não tem satisfação a dar a ninguém com quem vai conversar.
Cid, diferentemente das outras manifestações, em nenhum momento disse estar interessado em manter a aliança com a prefeita Luizianne. O seu interesse é em preservar a aliança no plano nacional.
"Não aceito imposição". Segundo ele, candidato para fazer aliança deve ser escolhido conversando com os outros aliados. "Se quer escolher o candidato só não precisa de aliança", disse sem citar nomes.
Resistência
O governador Cid Gomes era o único dos líderes do PSB cearenses que ainda defendiam a manutenção da aliança com o PT da prefeita Luizianne Lins. Todos os demais querem ter candidato próprio à Prefeitura da Capital, rompendo a aliança.
Cid, depois de algumas declarações da prefeita consideradas por ele como ameaçadoras, deixou de fazer a defesa enfática da coligação e passou a admitir que estava falando só no seu partido. As últimas pesquisas encomendadas pelo Governo e pelo PSB, esta última publicada na imprensa local, motivaram uma ampliação das divergências entre os aliados do governador e da prefeita. Luizianne não gostou da publicação da pesquisa feita pelo ibope, que avaliava negativamente o seu governo.
O encontro do governador com o ex-presidente Lula, destacado pelo Diário do Nordeste na última quarta-feira, irritou ainda mais a prefeita que fez as declarações ontem respondidas pelo governador. Para os petistas, o encontro de Cid com Lula desrespeitou a instância partidária e ensejou preocupação quanto a uma intervenção nos moldes que aconteceu em Recife, também por conta da divergência entre governador e prefeito.
Fonte: Diário do Nordeste
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