Após três anos em declínio, a venda de CDs no Brasil se estabiliza

Após três anos em declínio, a venda de CDs no Brasil conseguiu se manter praticamente estável no ano passado, com um aumento tímido de 0,07% em relação a 2010. O resultado, porém, não impediu a perda de espaço no consumo total de música no País para o mercado digital (internet e telefonia móvel) e os DVDs e Blu-rays musicais.

Os números foram divulgados ontem pela ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos). Para o presidente da associação, Paulo Rosa, o resultado foi puxado pelo sucesso de títulos lançados no ano passado. "Os álbuns do Padre Marcelo Rossi e da Paula Fernandes tiveram vendas muito além do que a gente pode considerar um disco de sucesso", disse.

Para Alexandre Schiavo, presidente da Sony Music (gravadora de Rossi), a liderança do padre na venda de CDs mostra que o mercado físico (CDs, DVDs e Blu-rays) ainda comporta fenômenos. "É um mercado saudável, o público das classes C e D tem grande força. O preço faz diferença, nosso catálogo há tempos é vendido a R$ 9,90".

Segundo José Eboli, presidente da Universal Music Brasil, que representa Paula Fernandes, os números de vendas da artista são quase equivalentes ao aumento de faturamento no Brasil. "Sem a Paula, o crescimento não seria relevante", diz. A cantora lançou dois dos três CDs mais vendidos no País e lidera a lista dos DVDs.

A venda de unidades no mercado físico ficou praticamente estável nos últimos dois anos, mas o faturamento com a venda desses produtos cresceu 7,6% no período.

Shows
Para a ABPD, o aumento foi puxado pela venda de DVDs e Blu-rays (mais caros que CDs) e por álbuns importados. Para Marcelo Soares, diretor-geral da Som Livre, o aumento pode ser atribuído ainda ao número de shows no país. No ano passado, o Brasil teve recorde de shows internacionais (506, ao todo). "A experiência do show entra para o cotidiano das pessoas, e comprar o DVD é um pouco trazer essa experiência para casa", diz Soares.

O relatório mostrou que o mercado digital (internet e telefonia móvel) ganhou força, mas o impacto da iTunes Store, loja virtual da Apple lançada em dezembro, só poderá ser medido neste ano.

Fonte: Diário do Nordeste

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