Plantão Infotech: Falhas ofuscam brilho de ultrabook da Samsung

Muita gente diz que a indústria segue os passos da Apple. É verdade, o iPod conseguiu sucesso onde outros falharam, o iPhone revolucionou a indústria, e efetivamente mudou a forma como encaramos os smartphones, e temos, claro, o MacBook Air, o notebook fantasticamente fino que a empresa lançou e fez toda a indústria de PCs correr atrás do prejuízo por quase dois anos, até que conseguisse lançar sua própria versão do Air - no caso, os ultrabooks.

Mas o que é um ultrabook? A melhor definição é a de que ele é a versão mais delgada de um notebook, sem sacrifício de desempenho como ocorre com os netbooks. Essa categoria de portáteis é promovida pela Intel, como estratégia para aquecer o mercado de PCs - e, consequentemente, a demanda por seus chips - frente ao crescimento da preferência dos usuários por tablets e smartphones.

E a primeira fabricante a colocar seu ultrabook no mercado foi a coreana Samsung, que lançou a série 9000 no segundo semestre do ano passado. O Tecno avalia agora um destes equipamentos, mais precisamente o modelo NP900XA3.

Configuração
A especificação técnica do aparelho é ótima. Ele usa um processador Intel i5 mobile, M2467, que trabalha com velocidades variam entre 1,3 e 2GHz, com memória RAM de 4GB, e o que dá a ele uma vantagem sobre a maioria dos notebooks: um disco rígido em estado sólido (SSD) de 128GB. Explico: os HDs normais têm discos magnéticos que rodam à velocidade de 5.400 RPMs (rotações por minuto) ou mais, e contam com cabeças móveis que leem os dados arquivados. Já os discos em estado sólido não têm partes móveis. Eles funcionam como um enorme cartão de memória e têm velocidades de leitura e escrita tremendamente maiores. Isso se traduz em inicializações rapidíssimas.

O Samsung leva menos de 10 segundos para voltar da hibernação - e na abertura quase instantânea dos programas. Mas, se é tão bom assim, por que os SSDs não são adotados de maneira mais ampla? A resposta é o custo por gigabyte. Para você ter ideia, com o que você paga por um SSD de 128GB, é possível comprar três ou quatro discos convencionais de 1,5TB (terabyte).

Outro ponto forte do Samsung Série 9000 é a bateria. Se você usar o notebook em modo "equilibrado", em que ele altera o clock do processador de acordo com a necessidade, ela chega a durar quase quatro horas. Se você usa o notebook no modo "Economia de Energia", segundo a Samsung ela pode durar mais de sete horas. Posso dizer que, sem WiFi, eu cheguei a usar o aparelho por seis horas sem necessidade de recarga.

Belas curvas
O design do ultrabook Samsung 9000 chama atenção. O corpo, em alumínio ligeiramente escovado com acabamento na cor preta, por mais contrassenso que possa parecer, é esguio e tem curvas belíssimas.

As portas acessórias estão nas duas laterais. De um lado, um slot para cartões microSD, uma porta USB 2.0 e o plug para o headphone com microfone. Do outro lado, uma porta USB 3.0 (com retrocompatibilidade para 2.0), uma porta de rede LAN e uma saída microHDMI - se você precisa usar VGA, é necessário comprar um adaptador especial, feito pela própria Samsung, mas que não acompanha o aparelho.

Calcanhar-de-aquiles
E, finalmente, ele tem uma placa wireless que cobre as redes WiFi e Bluetooth (3.0). Este último item é um dos calcanhares-de-aquiles do aparelho. É indesculpável que um aparelho caro como este (algo em torno de R$ 3.500) não tenha um bom sinal de WiFi. Na Série 9000 de primeira geração, como o modelo testado, isso é péssimo.

A explicação para este problema, encontrada nos fóruns de internet, é a de que as duas antenas do WiFi ficam no teclado do aparelho, e perdem captação de sinal por conta do corpo em alumínio. Também é dito nos fóruns que o problema seria resolvido na próxima geração do ultrabook, quando uma terceira antena seria adicionada ao aparelho, desta vez embutida no corpo da tela.

O outro ponto fraco é o som. Na realidade não é fraco, é ridículo. Qualquer som minimamente alto provoca "plufts" e chiadeira. Sem headphone é impossível desfrutar de um bom áudio. Finalmente, o terceiro ponto fraco é o encaixe do carregador da bateria. Nos primeiros três ou quatro dias de uso, o encaixe era extremamente apertado. De repente, ficou frouxo e apresentando mal contato, como se tivesse quebrado algo dentro. São pontos nos quais a Apple, com seu MacBook Air, simplesmente não falharia - e veja que eu estou muito longe de ser fã da empresa da maçã. Entendam, não falo isso por despeito. Na realidade o aparelho testado é meu, e eu o tenho utilizado por três meses. Se tivesse de comprar novamente... bem, eu esperaria até me assegurar que a geração com três antenas WiFi estivesse disponível. Mas, verdade seja dita, é um aparelho adorável - e seria perfeito, não fossem estas negligências tolas da Samsung.

Avaliação

Pontos positivos
- O ultrabook da Samsung conta com disco rígido em estado sólido (SSD), tecnologia que torna o acesso às informações mais rápido do que nos discos rígidos convencionais. Com isso, a inicialização do sistema é bem mais veloz.

- O aparelho conta com configurações específicas para o uso da bateria, o que permite aumentar seu tempo de autonomia. Nos testes, foi possível utilizar o ultrabook por seis horas longe da tomada.

- O design é outro ponto forte deste modelo da Samsung para uma categoria que se caracteriza pela pouca espessura e leveza. O modelo apresenta curvas de encantar o usuário.

- O acabamento do Samsung Série 9000 também é de primeira, em aço escovado na cor preta.

Pontos negativos
- Um dos problemas que podem fazer com que o consumidor fique desgostoso com o equipamento é sua baixa capacidade de captação do sinal de internet sem fio WiFi. O problema pode ser resolvido na segunda geração do aparelho, que deve contar com uma terceira antena para reforçar a recepção do sinal WiFi.

- Os alto-falantes que equipam o ultrabook da Samsung não são dos melhores e acabam não dando conta do recado quando o usuário exige um pouco mais no volume. A solução é contar com fones de ouvido, no caso de audição individual.

- No aparelho testado, o encaixe do carregador da bateria apresentou problema já nos primeiros dias de uso. O conector ficou frouxo e apresentou mal contato.

Preços podem ter queda de 30%
Os preços dos ultrabooks - notebooks superfinos de alto desempenho baseados em chips da Intel - podem ter uma redução entre 20% e 30% a partir do próximo mês de março ou abril. A boa notícia, divulgada pelo site DigiTimes, é motivada pelo lançamento da nova plataforma Ivy Bridge, da Intel. Em preparação para a chegada dos novos chips, os estoques atuais no varejo devem ser comercializados a um menor preço.

A redução, que não deve ter uma consequência imediata no Brasil, poderá significar que um ultrabook top de linha que custa US$ 1 mil no mercado internacional passe custar US$ 700. Já para os modelos mais básicos, os preços devem passar de US$ 750 para US$ 525.

Os ultrabooks surgiram no mercado com a proposta de apresentar novidades no mercado de PC diante da estagnação das vendas por conta do sucesso de venda dos tablets. A nova categoria foi criada pela Intel, cujas vendas de chips dependem fortemente do bom desempenho do mercado de PCs. Para a companhia, os ultrabooks devem ficar com 40% das vendas de notebooks neste ano. Já para analistas do J.P. Morgan, os ultrabooks não devem causar impacto no mercado de computadores pessoais até 2014.

Fonte: Diário do Nordeste

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