Desde a última sexta até a segunda-feira, os serviços de coleta de lixo nesta cidade estavam suspensos. A situação começou a ser regularizada após uma conversa da administração Municipal com os sócios da empresa EAB- Assessoria, Consultoria e Serviços LMTD, responsável pela coleta de lixo domiciliar, capinação e varrição no Município.
Nas ruas e avenidas, o lixo ainda está acumulado e já causa transtornos à população. Agora, a Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos (Semasp) prevê que a situação seja regularizada dentro de um prazo de 48 horas. No momento, para reverter a situação, a Semasp intensifica a coleta de lixo, dando suporte com caminhões agregados aos oito compactadores que fazem o trabalho.
A crise foi ocasionada devido a atrasos no repasse mensal da Prefeitura à empresa EAB, que deixou de fazer o pagamento dos salários aos funcionários. Todos os servidores do setor estavam com seus salários atrasados. A data base prevista para o pagamento foi o último dia 5. Sem o dinheiro, eles deixaram de executar o serviço e o lixo invadiu a cidade. O contrato da Prefeitura com a empresa é de dois anos. Já se passou um ano e quatro meses. Durante esse período, esta foi a segunda crise na coleta de lixo. A última foi há três meses, quando os servidores paralisaram os serviços por um dia.
A Semasp repassa à EAB R$ 600 mil pela realização dos serviços de limpeza pública. Ao todo, 398 pessoas trabalham no setor. Para a sócia da EAB Aureni Alves Bezerra, o problema foi gerado pelos próprios funcionários. Segundo ela, desde o mês de agosto, a empresa pediu para que os servidores abrissem contas bancárias, a fim de que o pagamento fosse viabilizado. "O que acontece é a falta de compromisso dos próprios funcionários com relação à abertura das contas. Se eles não fizerem isso, o pagamento não será efetuado. Nossa prioridade está sendo pagar a quem a já fez sua conta", disse.
Em média, a cidade produz diariamente 250 toneladas de lixo. Os resíduos são encaminhados ao Lixão Municipal, à exceção do lixo hospitalar, que é recolhido pela empresa Flamax, especializada nesse tipo de coleta e incineração de resíduos. Desde a paralisação, o lixo está sendo acumulado nas calçadas e ruas, principalmente nos bairros. Na manhã da última segunda-feira, a Semasp convocou os garis e o sindicato da categoria a participar de uma reunião, onde ficou acertado que os funcionários irão receber os salários urgentemente. O pagamento foi iniciado logo após a reunião.
Para o secretário de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Eduardo Pontes, o que prejudica a boa qualidade da coleta de lixo é que a população não colabora colocando os resíduos nas lixeiras nos dias corretos. De acordo com Eduardo Pontes, a popula- ção já pode ficar tranquila quanto à retirada do acumulo de lixo. "Não vai haver mais paralisação dos funcionários. Já garantimos o pagamento, caso isso não aconteça, o Sindicato voltará a atuar. Esperamos que, dentro de dois dias, todo o lixo seja retirado das ruas. A nossa dificuldade agora é reverter essa situação", frisa.
Lixão
Com relação ao lixão na cidade, Pontes afirma que, há seis meses, o local está sendo controlado pela Semasp, Secretaria de Ação Social e Ministério Público. Lá havia pontos de tráfico de drogas e crianças trabalhando irregularmente. Quanto ao destino final dos resíduos sólidos, a problemática agrava-se, uma vez que todo o lixo de Juazeiro, assim como o das demais cidades da região do Cariri é depositado em lixões. Apesar de o dinheiro para a construção do Aterro Sanitário Consorciado do Cariri já estar disponível, ainda não há prazo para o inicio da obra. Segundo a Secretaria das Cidades, o projeto executivo ainda está em fase de elaboração.
Número
250 toneladas de lixo são produzidas diariamente em Juazeiro do Norte. À exceção do lixo hospitalar, todo o resíduo é levado ao Lixão Municipal
YAÇANÂ NEPONUCENA
REPÓRTER
REPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste
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