Um ano após tragédia, Grangeiro aguarda obras

Após um ano da tragédia ocasionada pela enchente que inundou e abalou este Município, em 28 de janeiro de 2011, pouco foi feito para reconstruir a principal área afetada, o Canal do Rio Grangeiro. Hoje, alguns ambientalistas e moradores das margens do canal estão realizando um ato cívico para cobrar medidas das autoridades quanto à solução definitiva para o problema. A concentração inicia às 8h,em frente à Igreja de Nossa Senhora de Fátima.

O ato foi denominado de "Canal do medo - 1 ano, ele faz aniversário e quem come o bolo de lama somos nós". A expectativa é de que cerca de 300 pessoas, entre elas autoridades e políticos, participem da manifestação, que deverá resultar em um abaixo assinado.

O documento será entregue ao Ministério Público, a gestores municipais, estaduais e ao Ministério da Integração Nacional. O ato também tem como objetivo alertar sobre a conscientização e reeducação da população com relação a questões ambientais. O medo dos moradores da área do canal é de que novas chuvas causem a repetição da tragédia que deixou 50 famílias desalojadas.

Medidas emergenciais
O caos instalado na cidade fez com que o Governo Federal liberasse, ainda no ano passado, R$ 4 milhões para a realização das obras emergenciais. Em abril de 2011,o governador Cid Gomes anunciou a abertura de um leilão para definir a empresa que iria executar a primeira etapa da obra. A ganhadora foi a Construtora Coral Rodovalho. Do valor do repasse federal, apenas R$ 2,5 milhões foram alocados na primeira etapa da obra.

Nos trabalhos iniciais, a construtora fez a demolição das partes mais atingidas do canal e da alvenaria de pedras, além da retirada de entulhos. Todo o concreto danificado foi substituído por gabiões - tipo de estrutura de armação de arame revertida em PVC. Entretanto, a segurança da obra está sendo questionada. Autoridades municipais dizem que há riscos devido à existência de algumas inadequações. Em alguns locais, as paredes do canal já apresentam rachaduras.

A segunda etapa da obra será o complemento da recuperação e reconstrução do espaço onde houve o desastre. Nesta fase, estão previstos os serviços de restaurações das erosões, pavimentação de segmentos de ruas laterais, reabertura de vias interditadas e recuperação de uma ponte e reconstrução de outra.

No último dia 20 de dezembro, a Defesa Civil do Estado, através da Comissão Central de Licitação, realizou a primeira licitação para a escolha da empresa que iria executar as obras da segunda etapa. Porém, não houve participantes, Logo após, no último dia 19, foi estabelecida uma nova data para o certame, mas, novamente, nenhuma empresa se interessou em participar.

Agora, o Departamento Estadual de Rodovias (DER), que é o órgão que faz o acompanhamento técnico e fiscalização das obras aguarda novas determinações do Governo do Estado. Segundo o DER, os questionamentos da população sobre a segurança das obras já executadas são incoerentes, já que os serviços foram feitos conforme o que estava estabelecido no projeto.

"É importante que a população entenda que as obras são apenas de reconstrução do cenário de desastre. Não temos como defender esses questionamentos porque tudo estava previsto no projeto emergencial", afirmou o engenheiro e gerente do órgão em Crato, Luiz Salviano de Matos. Para ele, há uma necessidade urgente de que as obras sejam concluídas. "Se a obra ficar inacabada, não irá atender as necessidades da população".

Uma solução definitiva para o problema pode ser apontada através de um projeto mais abrangente, realizado a partir de um estudo feito por especialistas das áreas de hidrologia e construção civil. Alguns especialistas apontam como saída a interligação dos Rios Granjeiro e Batateiras, a construção de novos canais ou mesmo o desvio do Rio Grangeiro para a Bacia do Rio Batateiras através de túneis.

Desabrigados
50 famílias ficaram desabrigadas durante a enxurrada que aconteceu, há um ano, no Canal do Rio Granjeiro, deixando a população em alerta.

Mais informações
Departamento Estadual de Rodovias (DER)
Av. Godofredo Maciel,3000
Maraponga, Fortaleza
Telefone: (85) 3101.5704

YAÇANÃ NEPONUCENA
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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