´Minha Casa´ longe de deslanchar no Ceará

Completando três anos em março próximo, o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) do governo federal teve entregues apenas 296 unidades na Região Metropolitana de Fortaleza (RFM) em 2011, segundo balanço anunciado ontem pelo Conselho Regional dos Corretores de Imóveis, pelo Sindicato das Indústrias e pela Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Sinduscon e Coopercon). Contando, para 2011, com uma meta estipulada em 51.644 residências, o contratado para todo o Estado atualmente chega a 26% disto, com 13.474. Já a intenção para este ano foi estimada em 25.614 novas casas. O número é maior que o contratado até agora - e é previsto para ser entregue também em 2012 - porém, ainda representa quase a metade (49,6%) da meta de 2011.

Novas regras
Como principal motivo para o desempenho alcançado pelo setor no Estado, o vice-presidente do Sinduscon, André Montenegro, apontou "o atraso na publicação das novas especificações pela Caixa Econômica e pelo governo federal", que definiram as regras para a segunda fase do projeto. "Eles (Caixa e governo) só publicaram em outubro (de 2011) e não houve tempo hábil para as empresas fazerem seus projetos e apresentarem", alegou.

Mais caros
Outro "desestímulo", segundo Montenegro, deveu-se ao custo com os empreendimentos, os quais tiveram seu valor mínimo a ser financiado elevado de R$ 45 mil para R$ 56 mil, mas também tornaram-se mais caros - "pois aumentou em cinco metros quadrados, ou seja, 10% do tamanho antes exigido". "Além disso, eles têm que ter forro, piso, acessibilidade em todos os cômodos e isso os deixa mais caros", observou o presidente do Sinduscon, Roberto Sérgio Ferreira.

´Esperança de mudança´
No entanto, para 2012, Montenegro contou de uma "esperança de mudança" a partir da formação de um comitê com representantes do setor e o governo do Estado do Ceará.

"A boa notícia que nós tivemos foi a entrada do governo do Estado para a criação de um comitê estadual com a participação do governo, Sinduscon, Caixa, Banco do Brasil, Cagece, Coelce e bombeiros", contou.

As entidades irão, segundo afirmou Montenegro, reunir-se para reavaliar as diretrizes estipuladas para os novos empreendimentos do MCMV no Ceará. A possibilidade apresentada pelo poder estadual de entrar como investidor dos empreendimentos também foi outro fator mencionado pelo vice-presidente do Sinduscon como um provável impulsionador do programa.

Faixa mais baixa
Considerando a faixa que beneficia a população com mais de seis salários mínimos a melhor posicionada no mercado cearense, inclusive, já consolidada e com apelo comercial no Estado, a maior preocupação do setor recai, segundo Montenegro, sobre a linha mais baixa de financiamento do MCMV.

Porém, a entrada do governo estadual a partir do comitê e com postura de investidor, além do estímulo do governo federal alimenta a esperança de um reviravolta no setor.

"O governo só vai entrar nesta faixa mais baixa, que é de zero a três (salários), aquela acima de R$ 1,6 mil e é nesta que estamos apostando em resultados muito interessantes, pois a outra já tem mercado e está bem", disse sem mencionar números.

Fonte: Diário do Nordeste

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