Professor chama alunos de ‘retardados’ no Facebook

Um comentário postado no Facebook por um professor da Universidade Paulista (Unip) azedou o fim de ano da turma concluinte do curso de Propaganda e Marketing do câmpus da Vila Guilherme, na zona norte de São Paulo. Na sexta-feira, véspera da apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), Ricardo Moreira da Silveira, um dos professores da banca avaliadora, escreveu em sua página na rede social: “Amanhã tenho banca na Unip. Tenho que ir lá reprovar os retardados”.

Como o perfil do docente era público, o comentário estava visível para todos os estudantes, que acabaram vendo a mensagem na segunda-feira seguinte. Silveira é advogado e dava aulas de direito e legislação publicitária. “É irônico, porque ele ministrou aula de ética e fez um comentário, no mínimo, antiético. Fiquei estarrecido. A classe toda ficou chocada”, conta Bruno, de 27 anos, que prefere não revelar o sobrenome.

Os alunos tiraram um print screen do perfil do professor no Facebook e fizeram uma reclamação formal à coordenadora do curso, Vânia Toledo, no mesmo dia em que viram. Segundo os estudantes, a faculdade abriu uma sindicância e afastou o professor. “No dia seguinte (terça) ele não foi dar aula. As questões da matéria dele foram retiradas de um provão de todas as disciplinas que fizemos ao final do curso”, relata o estudante Leandro, 23. O professor apagou sua página da rede social.

Os estudantes destacam que o docente era bom professor, mas se queixam de não ter recebido nenhuma retratação dele, nem da instituição. O grupo avaliado afirma que Silveira foi bastante rigoroso durante a banca e solicitou algumas correções, mas aprovou os estudantes.

Para Bertha de Borja Reis do Valle, professora da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e coordenadora de um grupo de professores de educação a distância, o docente foi infeliz e poderia ter prejudicado os estudantes, que estavam tensos na véspera da banca. “Nas redes sociais, qualquer pessoa tem que ter muito cuidado".

A Unip afirma que não vai se pronunciar sobre o assunto. Procurado pela reportagem, Silveira preferiu não dar entrevista.

Fonte: iG

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