Bolsonaro admite que pode faltar a debates mesmo que seja liberado pelos médicos

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro , admitiu nesta quinta-feira a possibilidade de não comparecer aos debates no segundo turno por questões de estratégia política , mesmo que seja liberado pelos médicos para participar. Adversário do capitão da reserva, Fernando Haddad (PT) tem cobrado a participação de Bolsonaro nos encontros, mas a equipe médica desaconselhou a presença no último debate do primeiro turno, na TV Globo, e no encontro que estava previsto para esta quinta-feira, na TV Bandeirantes. 

— Existe a possibilidade sim, por estratégia. Estou vendo o Haddad desafiando agora:  "quero que você diga o que fez em 28 anos no parlamento". Eu responderia para ele: "Não roubei ninguém, Haddad" — disse Bolsonaro, em entrevista coletiva.

Inicialmente, a campanha de Bolsonaro trabalhava com a possibilidade de ele ir a dois encontros no segundo turno: os organizados pela Record e pela Globo . 

O candidato do PSL ironizou a mudança de logotipo da campanha adversária, que trocou o vermelho do PT pelo verde e amarelo da bandeira brasileira . Bolsonaro chamou Haddad de "camaleão" e pau mandado, ao citar as visitas do petista ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba.

— Vou debater com um cara que nem poste é. É fantoche e pau mandado, age como camaleão. Eu vi o Haddad falando em família, em Deus. Eu fico com vergonha. Ele está cumprindo à risca o que o Lula manda ele falar: "Haddad não é de esquerda, Haddad é de direita". Haddad agora quer posse de arma de fogo. Bem-vindo. Tomara que ele tenha sido curado de verdade, não só por um tempo. Dizem que bandido não se aposenta, tira férias. Haddad está de férias. 

Ao responder a uma pergunta que citava uma declaração de Marine Le Pen, que afirmou não considerar Bolsonaro de extrema-direita, o candidato do PSL concordou com a tese:

— Eu não sou de extrema -direita. Sou admirador do (Donald) Trump. Ele quer a América grande,  eu quero o Brasil grande.

Conselho para evitar a imprensa
Minutos antes de dizer em entrevista coletiva que é a favor da liberdade de imprensa, Bolsonaro pediu aos deputados e senadores eleitos que evitem contato com jornalistas. Segundo ele, a mídia quer desgastar a sua candidatura. 

— O que eu mais peço a vocês, em especial aos eleitos: muito cuidado para conversar com a mídia. Eles não querem fazer uma matéria isenta, querem arrumar uma maneira de pegar uma frase sua, uma escorregada (...), para me atacar.  Recomendo, se for o caso, nem falar. Grande parte da mídia é de esquerda e quer de todas as maneiras arranjar um meio de nos desgastar — disse o presidenciável, afirmando que a campanha continuará contra "fake news".

O pedido foi reforçado pelo deputado federal Onyx Lorenzoni, confirmado como chefe da Casa Civil de um eventual governo, que convocou os parlamentares a "fiscalizar" o trabalho dos jornalistas na coletiva de imprensa. 

Militantes e parlamentares do partido estavam na mesma sala dos jornalistas e vaiaram quando houve o anúncio de que o jornal "Folha de S. Paulo" faria uma pergunta. O presidente do partido, Gustavo Bebianno, precisou intervir, pedindo respeito ao trabalho dos jornalistas:

— Vamos respeitar as diferentes linhas editorais que existem. Isso se chama democracia, estamos aqui para chegar ao poder pela via democrática. Sem hostilizações, por favor — pediu Bebianno.

Bolsonaro começou a coletiva afirmando que é a favor da "liberdade de imprensa" e afirmou que é o PT que quer fazer o controle social da mídia.

— Vamos sim garantir a liberdade de imprensa, conosco não tem essa história de controle social da mídia ou democratização da mesma — disse Bolsonaro. — Pessoal da imprensa, por que não dizer amigos da imprensa, queremos que vocês sejam independentes e tenham responsabilidade. 

Pouco antes de participar do encontro, no entanto, Bolsonaro escreveu "imprensa lixo" ao divulgar um vídeo do homem que admitiu ter matado o capoerista na Bahia, mas disse que não houve motivação política. As críticas do candidato do PSL à imprensa são frequentes nas redes sociais. 

Fonte: O Globo

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