Você poderá limpar seus registros de navegação no Facebook, anuncia Zuckerberg

Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, foi além do escândalo de dados e anunciou uma série de novidades para a rede social e suas subsidiárias. Entre elas estão uma espécie de "Tinder do Facebook", o lançamento de um óculos de realidade virtual de baixo custo, videochamadas no Instagram, chamadas em grupo no WhatsApp e tradução em tempo real no Messenger. 

As novidades foram feitas durante a F8, conferência anual para desenvolvedores, que acontece entre esta terça (1) e quarta-feira (2) em San José, Califórnia. 

Antes dos anúncios, Zuckerberg voltou a se pronunciar sobre privacidade e controle de dados pessoais e aproveitou para apresentar uma ferramenta para limpar o histórico na rede social. Além disso, ele repetiu o discurso das últimas semanas de tentar preservar a integridade do processo eleitoral em diferentes países. 

Tinder do Facebook
Entre os anúncios que não estão relacionados aos problemas enfrentados pela companhia, um dos principais é uma nova ferramenta voltada para estimular encontros entre pessoas que usam a rede social.

O serviço de encontros vai funcionar dentro do Facebook. Nele, o usuário poderá construir um "perfil de xaveco", que será visto apenas por outros usuários da ferramenta, e poderá visualizar eventos e grupos.

Com isso, o novo sistema vai combinar os perfis dos usuários com base na região em que eles se encontram e nos interesses parecidos.

A comunicação será apenas por texto, por questões de segurança, e ocorrerá fora do Messenger, em um comunicador separado.

"Isso será para construir relações reais, duradouras - não só pegação", explicou Zuckerberg. "Fizemos isso com privacidade e segurança em mente desde o começo. Seus amigos não vão ver seu perfil e você só será sugerido a pessoas que não são seus amigos."

A rede social anunciou que mais novidades sobre o recurso serão anunciadas nos próximos meses. O "Tinder do Facebook" já estava em testes desde o final do ano passado, mas agora o recurso é oficial. Infelizmente, ele ainda não tem data para funcionar.

E o mercado deve realmente gostar de encontros amorosos: enquanto Zuckerberg anunciava a plataforma xavequeira, as ações do Match Group, dono do Tinder, subiram 10%.

Integridade de eleições
O evento começou com o tom sério que vem envolvendo a rede social desde que ela se encontrou em um dos piores momentos de sua história. Mas Zuckerberg parecia bem mais relaxado e empolgado do que quando testemunhou no congresso americano.

"Sei que não tem sido fácil ser um desenvolvedor nesses últimos meses. O que eu posso garantir é que estamos trabalhando duro para que pessoas não usem errado a nossa plataforma", afirmou.

Logo, Zuckerberg abordou a capacidade do Facebook de ser usado como arma política durante eleições. O executivo citou o uso da rede social por russos para influenciar eleições nos Estados Unidos em 2016, por exemplo.

Para ele, a empresa nunca mais vai estar despreparada para isso de novo.

"Temos desafios reais para encarar, mas temos que manter esse senso de otimismo também. Temos que ter uma visão maior sobre nossa responsabilidade. Não basta desenvolver ferramentas poderosas. Também vimos pessoas usando nossas ferramentas para o mal: interferência russa na eleição, discurso de ódio, fake news, e problemas de privacidade de dados", afirmou.

"Nunca vamos estar despreparados para isso de novo. Desde então teve a eleição da França, Alemanha e a do Senado do Alabama. Desenvolvemos inteligências artificiais que derrubaram dezenas de milhares de páginas. Esse é um padrão mais elaborado de propaganda do que anúncios de TV ou qualquer outro. Teremos mais de 20 mil pessoas trabalhando em segurança de conteúdo", completou.

Para ele os inimigos do Facebook em processos eleitorais podem ser divididos em três categorias: spam, fake news e boatos. Os três segmentos têm sido o alvo da empresa para tornar a rede social mais segura para os usuários.

Limpador de histórico
Logo, veio a primeira novidade do dia, ainda ligada ao caso Cambridge Analytica. Trata-se de recurso chamado de "limpar histórico". Com ele, os usuários agora terão uma maneira mais fácil de apagar seus registros de navegação no Facebook.

Na prática, é uma ferramenta para apagar cookies, os pequenos arquivos de texto armazenados no aparelho que servem para monitorar e registrar as atividades na internet. Qualquer navegador conta com recurso parecido. 

"Começamos com o que as pessoas pediram. Você limpa todas essas informações [de navegação] de sites que vocês acessaram", afirmou. Ao mesmo tempo, Zuckerberg ressaltou que limpar os cookies pode tornar ruim a experiência no Facebook, já que os algoritmos terão que reaprender as preferências de cada usuário que optar por apagar seus registros.

"Mas esse é o tipo de controle que sentimos que devemos ter", complementou.

Piada
Zuckerberg também fez piada consigo mesmo ao apresentar a ferramenta Watch Party, que agrupa amigos assistindo o mesmo conteúdo no Facebook, com um espaço para comentários dos participantes.

"Vamos lançar um negócio chamado Watch Party, no qual você assiste um vídeo e conversa com seus amigos", explicou com risos o executivo-chefe, mostrando uma transmissão dele próprio depondo ao congresso americano em abril, com comentários de seus amigos abaixo da imagem.

Messenger com tradução em tempo real
Outra novidade que deve agradar quem usa o Marketplace, local do Facebook para compra e venda de produtos e serviços, é que agora o Facebook Messenger terá tradução em tempo real - recurso já encontrado no Skype, por exemplo. 

Quando uma pessoa receber uma mensagem em um idioma diferente do que ela utiliza como padrão, o sistema vai exibir uma mensagem automática perguntando se ela deseja traduzir a informação.

Por enquanto, o recurso vai começar a funcionar nos Estados Unidos para conteúdos publicados em inglês e espanhol. Mas a ideia é expandir para outras regiões.

Segundo uma publicação feita por David Marcus, vice-presidente de Messenger, até o momento mais de 8 bilhões de mensagens são trocadas entre pessoas e empresas a cada mês.

Oculus Go
O Facebook também aproveitou a conferência para lançar seu novo óculos de realidade virtual de baixo custo.

Por US$ 199 dólares, o Oculus Go (32GB), como foi chamado, é compatível com mais de mil aplicativos, segundo a empresa.

O dispositivo não requer um aparelho separado para funcionar, como acontece com o Gear VR, da Samsung, e o próprio Oculus Rift original. Há ainda uma versão com 64 GB pelo valor de US$ 249. O Rift original custa US$ 400 e precisa de um computador potente para funcionar. 

"Estamos aqui para construir coisas que aproximam as pessoas. Vamos continuar construindo. Temos que manter essa ideia viva. Precisamos fazer mais para deixar as pessoas seguras. Mas também precisamos continuar a aproximar as pessoas", disse Zuckeberg.

O brasileiro Hugo Barra, que comanda a divisão de realidade virtual do Facebook, participou do anúncio e aproveitou o momento para falar sobre os aplicativos Oculus TV (que simula ambiente de TV e tem parcerias com empresas como Netflix e ESPN), Oculus Rooms (com foco em jogos) e Oculus Venues (voltado para shows ao vivo e eventos esportivos).

WhatsApp também tem novidade
Se alguém achava que a conferência era só para anunciar coisas sobre o Facebook, enganou-se.

Novidades no WhatsApp também foram feitas. Em breve, os usuários do serviço de mensagens poderão enviar stickers, aquelas famosas figurinhas animadas, para os amigos. Além disso, será possível "em breve" fazer chamadas de vídeo em grupo.

Um número interessante dito durante os anúncios foi de que 65 bilhões de mensagens são enviadas todos os dias via WhatsApp. A empresa também afirmou que 450 milhões de pessoas usam o Status do WhatsApp diariamente - a ferramenta é equivalente ao Stories do Instagram.

Combate ao bullying no Instagram
O Instagram apresentou algumas novidades, sendo a mais notável delas uma melhora em seus filtros de comentários ofensivos. Esse tipo de ferramenta começou a ser implementada em 2017, focando em comentários tóxicos ou que buscavam discórdia, e será agora aprimorada para filtrar bullying, ataques a aparência, caráter, além de ameaças.

A princípio, a ferramenta funcionará só em inglês, mas deve ser expandida para outras línguas futuramente.

O app também passará a ter chamadas em vídeo, que permitirão a conversa em tempo real com quatro amigos. Será possível continuar explorando a linha do tempo enquanto a ligação estiver em curso, minimizada em um dos cantos da tela.

O aplicativo ainda introduzirá uma versão aprimorada da aba "explorar", que terá tópicos organizados em interesses e gostos do usuário. Estes serão filtrados por uma inteligência artificial e incrementados com curadoria das diferentes comunidades.

Fonte: UOL

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