Universidade Federal do Cariri quer criar cotas para transexuais e transgêneros

A Universidade Federal do Cariri, no Ceará, deverá ser a primeira instituição de ensino superior pública do Nordeste a incluir transexuais e transgêneros no sistema de cotas para os cursos de pós-graduação.

A proposta será votada pelo Conselho Superior Pro Tempore (Consup) de universidade, em março de 2018, e deve começar a ser aplicada nos editais de seleção de mestrados e doutorados a partir do segundo semestre do mesmo ano, caso seja aprovada.

De acordo com Juscelino Pereira Silva, pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da UFCA, a iniciativa parte de uma exigência da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para que todos os cursos de pós-graduação do Brasil implementem uma política institucional de ações afirmativas.

"Com o intuito de estabelecer essa pesquisa, montamos um comitê para tomar deliberações e essa proposta foi a primeira. Foram seis meses conversando com os mais diversos setores da universidade e decidiu-se que, além de atender essa resolução formativa, queriam fazer também algo inovador. As cotas não são só para trans. São também para índios, negros e pardos. Mas quisemos fazer uma coisa mais ampla", explica Silva.

Ele acredita na aprovação sem restrições pelo Consup, já que a medida foi debatida em diversos momentos nos últimos meses na Federal do Cariri.

O pró-reitor avalia a relevância da decisão em permitir que a universidade alcance uma forma estratégica de garantir que seu meio fique cada vez mais próximo da comunidade. "Isso vai fazer com que a sociedade tenha um sentimento de pertencimento e maior valorização em relação à UFCA. Um dos desafios da universidade é ser valorizada além de uma instituição de ensino, mas também de pesquisa, extensão e ações de cultura", comenta.

Vagas
Após a formalização da proposta, todos os editais de pós-graduação da UFCA incluirão o percentual de vagas destinadas a pessoas negras, além de vagas suplementares para pessoas com deficiência, indígenas, transexuais e transgêneros. Conforme Juscelino Pereira Silva, esse número é variável, conforme a disponibilidade de professores orientadores, por exemplo.

Outro ponto colocado pelo pró-reitor é que a medida não diz respeito necessariamente a uma demanda interna da UFCA, mas de alinhamento a uma política afirmativa nacional. "Nós não temos um estudo sobre a demanda LGBT. A população trans da Federal do Cariri é pequena ainda. Mas algumas outras instituições, como a Federal de Goiás e a Federal de Minas Gerais já tiveram essa postura e vimos que podia ser engrandecedora para a UFCA", conta Juscelino Pinheiro Silva.

Fonte: G1 CE

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