Dilma afirma que perseguição a Lula demonstra que direita não tem candidato

A ex-presidente Dilma Rousseff declarou no Uruguai que a "perseguição judicial" contra o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se deve ao fato de que a direita "não tem um candidato" para as eleições de 2018.

Dilma, que participou de uma conferência em Montevidéu, afirmou que os partidos de centro e de direita do Brasil querem destruir Lula por meio de uma "guerra política", mas assegurou que seu predecessor será candidato à presidência novamente.

"Usam a lei como arma de guerra política e de destruição civil, da cidadania de uma pessoa, acusando-a de corrupção, e não lhes interessa se depois a pessoa será absolvida, lhes interessa que a inabilitem ou a destituam", acrescentou.

A ex-presidente fez um paralelismo entre essa situação e a que levou em 2016 à sua destituição por supostas irregularidades fiscais.

"É como o meu golpe, eles consideraram durante um tempo que era justo e nós temos que desmontá-lo e mostrar que é uma perseguição política e uma injustiça", destacou Dilma.

Sobre esse último ponto, a ex-governante ressaltou também que esse é o momento da esquerda no Brasil, e em particular o PT, contra-atacar.

"Para nós é fundamental conseguir reverter este projeto, e este só poderá ser revertido agora em 2018, se não a luta de longo prazo é muito mais dura", comentou.

Nesse sentido, Dilma fez um apelo para que a população recupere o impulso democrático.

"A democracia para nós é o lado certo da história, sempre que estivemos com a democracia, ganhamos. Sempre que aprofundamos a democracia, ganhamos. E sempre que a radicalizamos, ganhamos. Agora estamos em um momento em que vamos resistir, Lula será candidato a presidente do Brasil", frisou.

Corrupção 
Lula foi condenado a nove anos e meio de prisão em primeira instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Se essa sentença for confirmada por um tribunal superior antes das eleições, a lei lhe impedirá de concorrer a qualquer cargo público.

Dilma fez estas declarações no ato de encerramento do 31° Congresso da Associação Latino-Americana de Sociologia, que começou no domingo passado e se estendeu até esta sexta-feira, organizado conjuntamente com o Conselho Latino-Americano e Caribenho de Ciências Sociais (Clacso).

A conferência final girou em torno do "Futuro da esquerda em um mundo em convulsão" e contou também com as participações do ex-presidente uruguaio, José Mujica (2010-2015), do vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, e a presidenta da associação argentina Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto.

No seu discurso, Mujica, de 82 anos, considerou que "a esquerda tem que incorporar a luta pela felicidade humana, não só pelo desenvolvimento", porque a sociedade entrou "no século da doença dos nervos, da ansiedade".

"Fica para trás a história das bactérias e dos vírus, agora são as doenças nervosas, expressão do fracasso da nossa civilização", teorizou o ex-governante uruguaio.

Fonte: UOL (Com EFE)

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