Temer se beneficiou de caixa dois, afirma delator

O marqueteiro João Santana afirmou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que o presidente Michel Temer também se beneficiou do caixa dois repassado à campanha presidencial de 2014.

Para ele, o peemedebista, candidato a vice de Dilma Rousseff (PT), "gerou prova" contra si mesmo ao participar de gravações de propaganda política.

Segundo Santana, Temer atuou nas propagandas porque "encheu o saco" e pediu "sistematicamente" isso.

A Folha teve acesso ao depoimento, prestado na semana passada, ainda sob sigilo.

Santana disse ao ministro Herman Benjamin, relator da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, que os vices historicamente atraíam poucos votos, o que o fez optar em focar em Dilma.

Uma das linhas de defesa de Temer no processo é que ele não se beneficiou de irregularidades, como caixa dois.

"Por causa dessa pressão dele [de participar das gravações de TV], ele terminou gerando, digamos, uma prova contra ele, porque entrou duas ou três vezes em gravação de programas só porque insistiu", disse o marqueteiro.

"Então, se o dinheiro da campanha da presidente Dilma está contaminado, está, de fato, com isso, e o programa foi pago, em parte, com esse dinheiro, então, ele (Temer) participou desses programas também."

Segundo ele, "no último momento a própria presidente é quem quase pressionou para colocá-lo porque ele estava enchendo o saco, perdoe a expressão". "Raramente um vice aporta votos. O presidente Temer, além de não somar, estava tirando votos", disse.

Pesquisas internas mostravam que aparições de Temer eram negativas porque era "sistematicamente acusado, principalmente nos grupos de São Paulo, do Sudeste e do Sul, de satanismo.

De acordo com o marqueteiro e sua mulher, Mônica Moura, que também depôs à Justiça Eleitoral, Temer nunca conversou sobre a parte financeira da campanha.

O casal afirmou que recebeu dinheiro de caixa dois durante a campanha de 2014 e que Dilma sabia da existência de pagamentos não contabilizados. O valor cobrado pelo trabalho, segundo os depoimentos, foi de R$ 105 milhões –sendo R$ 35 milhões por fora.

Santana apontou que a relação ruim entre Dilma e Temer foi também outro motivo para deixá-lo fora dos filmes.

Outro lado
Procurada pela Folha, a assessoria do presidente informou que ele não comentaria o teor da reportagem sobre o depoimento de Santana. 

Fonte: Folha.com

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