Milho e feijão plantados no início desta quadra invernosa ainda não chegaram à mesa dos consumidores

Tem sido comum a venda de feijão e milho verde nos semáforos de Fortaleza. Apesar do bom inverno até aqui, trata-se de produtos de culturas irrigadas. Em breve, no entanto, teremos a oferta do feijão verde, principalmente nas regiões em que se planta mais cedo, como Cariri e Ibiapaba. Por conta da safra que está por vir, o mercado já sinaliza uma baixa de preços para esta cultura. As regiões do Cariri Leste e Cariri Central se apresentam como as mais promissoras na produção agrícola de sequeiro.

O entusiasmo com a produção de grãos nas pequenas propriedades, onde predomina o sistema de agricultura familiar, no entanto, anima diferentes segmentos sociais do Estado. O titular da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Dedé Teixeira, acredita que este ano teremos o fim do ciclo da seca.

Apesar de reconhecer que as chuvas esperadas para a atual quadra não sejam suficientes para uma recarga satisfatória nos reservatórios do Estado, ele entende que terá um grande alcance para a agricultura familiar. A expectativa é que as precipitações se estendam pelos meses de maio e junho deste ano.

No momento, estima-se uma safra de 891.894,3 toneladas de grãos e 589.039 toneladas de mandioca. A se confirmarem esses números, a agricultura de sequeiro apresentará um valor bruto da produção (VBP) de R$ 2.045.013.100,00 na economia do Estado.

A Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural do Ceará (Ematerce), órgão vinculado à SDA, tem monitorado as áreas próprias para a agricultura de sequeiro (aquela que depende da água das chuvas para prosperar), com a finalidade de ingressar o segmento nas tecnologias do Século XXI, por entender que o futuro do campo no Ceará ficará restrito aos grandes produtores, que vão se valer dos vales irrigados, ou do pequeno produtor, que culturalmente resistiu nos piores momentos ao êxodo e retoma as atividades com metas de ganhos.

Nas visitas ao campo, os técnicos da SDA observam também a situação da quadra chuvosa, verificando os níveis de plantio em função das chuvas ocorridas, a situação do ataque de pragas, a ocorrência de veranicos nas áreas semeadas, a dimensão destes, além da situação do abastecimento de água para consumo humano e animal e a suficiência das pastagens para os rebanhos, informações que são de grande valia no dimensionamento da safra a ser obtida e na avaliação da situação agrícola e da pecuária no decorrer dos períodos da quadra chuvosa.

Na localidade Muquém, em Caucaia, o agricultor Francisco Ferreira do Nascimento, 67 anos, limpou seu terreno, de 1,5 hectare, após as primeiras chuvas de fevereiro último. Com a aquisição de sementes selecionadas da Ematerce, ele fez a broca e o cultivo. Hoje, orgulha-se do crescimento do milho, que começará a "bonecar" nos próximos dias. Isso quer dizer, que terá uma produção de 40 sacos de 60 quilos de milho, já a partir de maio, caso não haja nenhum tipo de contratempo.

Roça
"Por um erro, não consegui receber o Garantia-Safra no ano passado. Mas não quero estar recebendo. Eu quero é ter minha roça dando milho e feijão para a gente comer e também dar aos animais", disse Ferreira. Comparando-se as estimativas de área a colher em 2017 com as áreas colhidas em 2016 verifica-se um acréscimo de 9,45%.

MARCUS PEIXOTO 
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste

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