Com Jorge Viana para suceder Renan no Senado, PT já fala em barrar PEC do teto

O petista Jorge Viana (AC) se reuniu na noite desta segunda-feira (5) com a bancada do seu partido, mas se recusou a dizer o que pretende fazer caso seja confirmado no comando do Senado.

O seu argumento é o de que o país passa por uma crise institucional gravíssima e que, antes de qualquer comentário, é preciso esperar a confirmação, pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, da decisão do ministro Marco Aurélio Mello.

O senador petista havia divulgado nota mais cedo dizendo que foi "surpreendido" pela liminar concedida.

Disse que aguardará a notificação oficial do STF e que nesta terça (6) pretende se reunir com os integrantes da Mesa Diretora para definir "as medidas adequadas que devem ser adotadas".

O afastamento de Renan preocupa o governo de Michel Temer, que considera prioritária a votação no Senado da emenda do teto dos gastos públicos. O segundo turno está marcado para a semana que vem. O PT, partido de Jorge Viana, é contra o teto.

Senadores do PT afirmam que, caso seja confirmado o afastamento de Renan, o novo presidente sofrerá uma pressão fortíssima da base do partido para adiar a conclusão da votação.

Aprovada em primeiro turno no mês passado, a proposta é a prioridade legislativa de Michel Temer para 2016.

Líder da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), já fala abertamente que Viana será aconselhado a adiar a votação da PEC.

Na saída da reunião com o senador do Acre, o líder da bancada do PT, Humberto Costa (PE), também evitou fazer comentários antes da formalização do partido no comando do Senado, mas adiantou um cenário de turbulência para Temer.

"A nossa posição é claramente da saída desse governo e da convocação de eleições diretas para presidente. É a única maneira de termos alguém com legitimidade no Executivo."

Cronograma
Humberto e Viana foram para a casa de Renan após a reunião.

Passaram pela casa do peemedebista na noite desta segunda vários congressistas, entre eles o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o presidente do PMDB, Romero Jucá (RR), e o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).

Na saída, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) afirmou que Renan está tranquilo e que vai receber a notificação do STF nesta terça.

Apesar das articulações do PT, a avaliação da maior parte dos senadores que passaram pela casa de Renan é a de que o cronograma de votação da PEC do teto permanecerá.

Como forma de pressão, Romero Jucá, líder do governo no Congresso, avisou que o calendário está mantido, mesmo com a decisão do STF

Eles também dizem que o peemedebista demonstrou intenção de continuar lutando para permanecer no cargo, tendo ainda esperança de que o plenário do STF derrube a decisão de Marco Aurélio.

Fonte: Folha.com

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