Barbalha (CE): Prefeito promete aterro em junho de 2017

O gestor deste município, no cariri cearense, José Leite Gonçalves Cruz, popularmente conhecido como Zé Leite (PT), anunciou ao Diário do Nordeste a construção do aterro sanitário com prazo máximo para conclusão das obras até junho do próximo ano. A confirmação acontece três dias após o Diário noticiar as irregularidades do atual lixão de Barbalha que, além de localizado em uma área imprópria, causa frequentes problemas à população devido à intensa fumaça proveniente de incêndios rotineiros.

Construção
Segundo o prefeito, o contrato com a empresa vencedora da licitação na modalidade concorrência, a A.C. Ferraz Construção e Serviços Eireli - ML, já está formalizado, faltando apenas um estudo de viabilização ambiental para início das obras. "Já estamos com quase tudo confirmado, faltando apenas o estudo chamado E.V.A que deve sair no dia 30. Após isto, daremos início às obras que devem durar de três a seis meses", garante Zé Leite.

A primeira etapa da construção do aterro sanitário custará aos cofres do Município pouco mais de R$ 1,45 milhões. O valor, segundo o prefeito, está assegurado. "Já dispomos desse dinheiro. O saldo já está na conta bancária e proporemos que o Ministério Público do Trabalho fiscalize para que ele não seja utilizado com outra finalidade", disse. Neste montante, já está incluso o valor de R$ 380 mil pago para desapropriação de um terreno no Sítio Cabeludo, local onde será instalado o aterro.

Medidas
Ainda segundo o gestor, durante seus dois mandatos, a Prefeitura agiu no intuito de sanar, ainda que de forma paliativa, as queixas da população. "O lixão foi construído no ano 2000, ou seja, quando assumimos, já herdamos esse problema, no entanto, tentamos fazer algumas ações no sentido de minimizar os danos, como por exemplo, cercar toda a área e colocar um vigia no local, para evitar a entrada de caminhões e catadores em demasia", afirma.

O prefeito lembra que, em 2013, sancionou lei de incentivo aos catadores cadastrados no município com intuito de reduzir o número de pessoas no lixão. "Alugamos um espaço apropriado para que eles pudessem trabalhar na coleta seletiva e, em contrapartida, os catadores cadastrados receberiam R$ 300 mensais mais o pagamento de duas cestas básicas por mês. No entanto, muitos não se cadastraram e optaram ir para o lixão", explica.

Quanto às queimadas, complementa, "geralmente elas são causadas pelos próprios catadores e o fogo acaba se espalhando fácil, devido à grande quantidade de gás existente no local. Para piorar, quando acontece a inversão térmica, como foi o caso na última semana, a fumaça se espalha pela cidade causando desconforto à população".

Morosidade
Questionado sobre a demora na construção do aterro, Zé Leite justifica que o projeto do aterro consorciado do cariri atrapalhou. "Todos os prefeitos das nove cidades que comporiam o aterro já davam como certa a construção desse equipamento, o que até agora não aconteceu. Da mesma forma, Barbalha ficou aguardando. Por isso demoramos a iniciar a construção do nosso próprio aterro, que será o terceiro do Cariri". Atualmente só as cidades de Brejo Santo e Mauriti dispõe de aterro sanitário.

Em junho, após a desativação do lixão, terá início a segunda etapa do projeto. "Vamos recuperar toda aquela região, que está dentro da cidade e muito próximo de vertentes, olhos d`água e outros recursos hídricos", como por exemplo o Rio Salamanca. A segunda etapa está orçada em R$ 1,2 milhões, com previsão para conclusão até o início de 2018.

Mais de uma década de problemas
Há quase uma década os barbalhenses sofrem com os problemas causados pelo lixão da cidade. As irregularidades são inúmeras e, de acordo com o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), o Município não segue as normas operacionais vigentes em relação às disposições finais de resíduos sólidos, comprometendo a qualidade do solo, da água e do ar, exigindo intervenção com o intuito de encerrar suas atividades. A principal queixa são as constantes incêndios. A fumaça causada pelo fogo se espalha pela cidade e afeta, sobretudo, os bairros mais próximos.

ANDRÉ COSTA
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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