Um dia após aprovar PEC que congela gastos por 20 anos, Câmara aprova aumento de até 47% para cinco categorias de servidores

Em menos de 12 horas, duas votações importantes na Câmara dos Deputados chamaram a atenção em Brasília. A primeira foi aquela em que o governo conseguiu aprovar um limite para os gastos públicos. E a segunda vai em direção oposta: um aumento de até 47% para cinco carreiras de servidores públicos.

A proposta não precisa passar pelo plenário da Câmara e, se não houver recurso, seguirá direto para análise do Senado. O aumento será pago em três parcelas até 2019.

Os reajustes anunciados são para Policiais Federais, Policiais Rodoviários Federais, Peritos Agrários, Servidores do Dnit e servidores de áreas sociais do governo. São reajsutes diferenciados, que vão até 47%. O impacto, segundo o governo, é de mais de R$ 2 bilhões em 2017, R$ 548 milhões em 2018 e R$ 574 milhões em 2019.

O projeto foi aprovado em uma comissão especial, poucas horas depois de o plenário aprovar a PEC que limita o crescimento dos gastos públicos a partir do ano que vem -  quando as despesas serão corrigidas pela inflação do ano anterior. Mas para os deputados da comissão não é um aumento, e sim uma recomposição salarial de categorias que estão sem aumento há pelo menos quatro anos.

Nos próximos dias, a Câmara deve votar outro reajuste: o dos funcionários da Receita Federal. O presidente da casa, Rodrigo Maia, tentou justificar a decisão nesse momento de crise."Não haverá aumento de despesa em relação ao previsto. Dentro do déficit apresentado pelo governo, já existe essa previsão. É claro que o ideal é que nós pudéssemos não tratar de aumento nesse momento. Mas o melhor é que com a PEC do teto, todos os gastos estarão limitados à inflação", disse Maia.

O economista Gil Castelo Branco, da ONG Contas Abertas, criticou a decisão da Câmara. "O aumento é inoportuno e incoerente. No dia seguinte à aprovação da PEC, você dar um aumento que já compromete orçamentos futuros, é absolutamente insustentável. Eu acho que se nós continuarmos assim e afetarmos dez milhões de servidores públicos federais, estaduais e municipais que consomem 14% do PIB, não há PEC que vá resistir", declarou.

Fonte: G1

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