Sete mudanças positivas que aparecem quando você envelhece

Os anos passam e é fácil ter uma visão pessimista que está por vir - a disposição nem sempre é a mesma, as horas de sono tendem a aumentar... Mas você sabia que, de certa forma, o corpo realmente fica melhor com a idade? Segundo o geriatra Sérgio Fernandes, todos estes efeitos acontecem da infância para a idade adulta, devido ao amadurecimento dos órgãos e tecidos. Só que é preciso tomar cuidado, pois alguns benefícios que você ganha até chegar à meia-idade (dos 40 aos 50 anos), podem se perder e até mesmo piorar com a chegada da terceira-idade. Confira a lista de transformações positivas que acontecem da infância para idade adulta e como conservá-la pelo resto da vida:

Dentes menos sensíveis
Se você sempre teve os dentes dolorosamente sensíveis, saiba que esse problema pode diminuir com a idade. "O amadurecimento dos dentes e gengivas nos faz reduzir a sensibilidade dos dentes que antes, com menos esmalte, deixavam a raiz dentária mais exposta por meio de microcanalículos", explica o geriatra Sérgio Fernandes, do Laboratório Exame, em Brasília. Entretanto, esse benefício pode ser perdido na terceira-idade. "A retração da gengiva e sensibilidade dentária ocorre frequentemente associada à doença periodôntica, muito prevalente nessa população", completa a geriatra Silvia Prado, do Lar Sant'Ana, em São Paulo. A melhor forma de prevenir essa condição e manter os dentes protegidos é fazer uma boa higiene da cavidade oral e dos dentes, frequentar o dentista com regularidade e evitar o tabagismo.

Menos alergias
Após os 50 anos de idade, o corpo reage com menos veemência a alergias sazonais. Isso pode acontecer porque o sistema imunológico fica mais desenvolvido e porque pessoas mais velhas produzem menos do anticorpo IgE, responsável por causar as reações alérgicas. Entretanto, as doenças alérgicas respiratórias mais comuns (asma e rinite alérgica) têm apresentado prevalências cada vez maiores na população idosa. "A asma, por exemplo, apresenta dois picos de maior ocorrência, sendo o primeiro na infância e o segundo na população idosa", explica a geriatra Silvia. Isso se deve a uma série de alterações estruturais e imunológicas que ocorrem em todo o trato respiratório nos idosos, que culminam com uma maior tendência a processos inflamatórios crônicos das vias aéreas. A dica da geriatra para evitar que essa proteção se perca é manter hábitos de vida saudáveis, tais como praticar atividades físicas, não fumar ou se expor à poluição, a fim de não submeter seu trato respiratório a problemas.

Resfriados e infecções ficam longe
Você provavelmente começou a ter menos resfriados e outras infecções virais simples após a meia-idade. A explicação é fácil: sempre que o seu corpo é exposto a um vírus, ele desenvolve anticorpos que tornam o seu corpo imune aquele tipo. Isso significa que com o passar da idade seu corpo está preparado para te proteger de muitos - mas não todos - vírus de resfriados, por exemplo. Entretanto, a presença de outras doenças e as alterações estruturais e imunológicas que acontecem a partir dos 60 a 70 anos podem deixar o idoso mais predisposto a esse tipo de infecção. Dessa forma, é importante manter os hábitos saudáveis desde cedo, para evitar que seu organismo chegue à terceira-idade já debilitado, sem aproveitar esses benefícios.

Pele mais fácil de cuidar
"A pele sofre muito com as alterações hormonais da adolescência, e isso só estabiliza com a idade adulta", afirma o geriatra Sérgio. Com o passar da idade, nossa pele tende a ficar mais seca, pois a produção de secreções de óleo da pele tende a desacelerar. Além disso, você pode fazer a barba com menos frequência e se preocupar menos com o desodorante, pois o corpo sofre alterações hormonais que tornam o crescimento de pelos mais lento, bem como a produção de suor. "Entretanto, a pele pode voltar a ficar oleosa e com acne principalmente em mulheres com ciclos menstruais alterados ou uso de hormônios anticoncepcionais", lembra o geriatra Sérgio. E como tudo tem um preço, uma pele mais seca que não recebe os cuidados necessários pode ficar enrugada e pálida, com temperatura diminuída e com maior tendência a rupturas. "Todas essas alterações podem acontecer devido à diminuição das glândulas sebáceas, das fibras elásticas e de colágeno, da vascularização da pele e à menor junção entre as células, o que predispõe a ferimentos", ressalta a geriatra Silvia. Uma boa hidratação da pele com cremes hidratantes, além de uma adequada hidratação oral, melhoram a condição de pele seca do idoso.

Coração mais forte
Surpreendentemente, o seu coração pode se fortalecer com o passar da idade - contanto que você mantenha o seu colesterol e pressão arterial sob controle. Embora haja algum estreitamento das artérias com o envelhecimento, a capacidade de bombeamento do coração permanece forte durante toda a vida em pessoas saudáveis. Mas se não for bem cuidado, o sistema cardiovascular pode sofrer uma diminuição da reserva funcional, limitando o desempenho cardiovascular durante as atividades físicas e em situações de grande demanda, como em algumas doenças. "A forma de não acrescentar danos aos efeitos do processo de envelhecimento do sistema cardiovascular é praticar, durante toda a vida, bons hábitos, como não fumar, não ingerir bebidas alcóolicas, praticar exercícios físicos regularmente e comer de forma saudável", diz Silvia. Além disso, é imprescindível controlar e tratar doenças cardiovasculares que surjam ao longo da vida, como hipertensão, diabetes, doença coronariana, etc.

Cérebro afiado
Se você for uma pessoa mentalmente ativa, sua memória e raciocínio podem ir se aperfeiçoando com o tempo. "Nenhum órgão fica melhor ou mais forte depois que atingiu sua maturidade plena de forma natural, sem estímulo - ele pode se desenvolver com o exercício, mas o desenvolvimento a partir da idade adulta é inversamente proporcional à idade", explica o geriatra Sérgio. Sem exercício, o órgão entra em declínio lento e gradual ao longo da vida a partir de certa idade - nos idosos, o declínio acontece mesmo em pessoas que exercitam o cérebro com frequência. "No entanto, quando bem estimulado, esse indivíduo pode ter suas funções cognitivas preservadas, mantendo as habilidades de raciocínio e memória previamente adquiridas", afirma Silvia. Os estímulos a serem empregados devem estar de acordo com a função cognitiva prévia desse idoso, ou seja, respeitando seu grau de escolaridade e suas preferências, incentivando a prática de exercícios físicos e respeitando os limites desse indivíduo.

Vida sexual mais feliz
Nesse caso a mudança pode acontecer por um fator que não é tão orgânico. Isso porque as relações sexuais são pautadas pelo desejo, que tende a mudar com o tempo - e o amadurecimento transforma o impulso sexual em uma vontade maior e mais profunda de se ligar intimamente ao parceiro ou parceira, devido a uma relação de confiança e cumplicidade maiores. O resultado disso é uma vida sexual mais plena, sem tabus e com mais orgasmos. E não é um fato que está necessariamente ligado com a libido, já que essa tende a diminuir. "O desejo sexual aumenta na adolescência por estímulos dos picos hormonais e caem na idade adulta mantendo-se mais ou menos estáveis conforme estímulos externos, decaindo lentamente ao longo da vida, sendo que a mulher sofre quedas mais bruscas por conta da menopausa", explica o geriatra Sérgio. Por isso, não deixe que a falta de libido faça o sexo cair do esquecimento. A vontade pode ser menos frequente, mas no geral o resultado é mais pleno e proveitoso - desde que, é claro, você esteja feliz com o seu companheiro ou companheira.

Fonte: Minha Vida

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