Lula participa de campanhas em Barbalha e Crato e declara seu apoio a Fernando Santana e Zé Ailton Brasil

No intuito de fortalecer campanha de candidatos do Cariri e Centro-Sul do Estado, o ex-presidente do País, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), esteve participando de atos de campanhas nas cidades de Crato e Barbalha. Ele chegou ao Juazeiro do Norte por volta das 10 horas, em voo fretado, na base Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer). Ainda no local ele foi recepcionado por uma multidão e conclamou a militância a não se ‘acovardar’ diante dos ataques que, segundo ele, o Partido dos Trabalhadores (PT) vem sofrendo. Uma multidão nas ruas de Barbalha e Crato atendeu ao chamado diante de um sol escaldante, e por várias vezes chegou a gritar ‘Fora Temer’, interrompendo o discurso do petista.

Em Barbalha, Lula fez um discurso de quase 30 minutos, mesmo com problema na garganta. O governador Camilo Santana saiu em defesa de Lula ao afirmar que a maior obra do ex-presidente foi dar mais condições aos pobres e citou obras como a do Canal da Transposição do Rio São Francisco e o Bolsa Família. Ele lembrou da última visita de Lula a Barbalha, há 16 anos.

Em Crato, Lula teve dificuldade de sair no veículo em que estava, por conta da multidão que cercava o carro, onde vinha com o governador Camilo Santana e a primeira-dama do Estado, Onélia Leite. Ele disse que, após lutar pela democracia, jamais imaginou que o país fosse ter um presidente não eleito pelo povo brasileiro. “Estamos vivendo um momento difícil. Achei que isso era coisa do passado. A gente não teve um golpe militar, mas um golpe parlamentar”, afirmou.

O ex-presidente não fez referências em nenhum momento ao juiz Sérgio Moro, que está à frente das investigações da Operação Lava Jato e que, nesta segunda-feira, o colocou na condição de réu de um processo, no qual vem sendo investigado há cerca de dois anos, juntamente com a sua esposa, Marisa Letícia.

Em relação à saída de Dilma Rousseff, Lula disse se referiu ao processo de impeachment, como uma forma não de cassar o mandato da presidente, mas o voto dos cidadãos que votaram nela. Ele se referiu aos eleitores da cidade do Crato e Barbalha, locais em que a ex-presidente teve maioria expressiva nas últimas eleições. “Eles mostraram que o voto de vocês não vale nada. O que vale é o voto de deputado”, disse.

Lula ainda ressaltou sua tristeza, por antes, segundo ele, poder afirmar ao mundo que viveu um momento histórico no Brasil, tanto nos Estados Unidos, Alemanha ou na China, de que o brasileiro podia tomar café, almoçar e jantar todo dia. “Dizia que pobre deixava de ser um problema e passava a ser uma solução, porque a gente começou a tratá-lo com respeito”, frisa.

Ele lamentou por o projeto da transposição ainda não estar pronto para atender à população do Nordeste e ao povo cearense, mas disse que quer estar vivo para vir ao Estado novamente, para vir inaugurar não apenas o Canal do Rio São Francisco, mas o Cinturão das Águas. “Estou ofendido e magoado, porque nunca imaginei que aos 71 anos de idade, um homem que aprendeu com uma sertaneja de Garanhuns –PE, e que não tem nenhum valor mais importante para o ser humano, do que andar de cabeça erguida. Estou ofendido porque um grupo de meninos do Ministério Público Federal está investigando a minha vida, desde que deixei a presidência da República”, ressaltou.

O ex-presidente disse que já ‘futucaram’ a vida dele e de sua mulher, além dos filhos e depois de dois anos não encontraram provas. “Eles têm que saber que não tenho o estudo que eles têm, mas tenho a vergonha na cara que muita gente não tem. Se tem uma coisa que tenho orgulho, é de olhar na cara de uma mulher, na cara de um homem ou de uma criança, e dizer para vocês: no dia que acharem um Real na minha vida que não seja meu eu não valho mais a confiança de vocês”, disse Lula. Ele ainda ressaltou que se o cidadão tem convicção de alguma coisa, que guarde para ele. “Se está dizendo alguma coisa que prove. Se não provar, que peça desculpas.  Não é vergonha pedir desculpas, mas parece que eles não sabem”, destacou. Ainda acrescentou estar com a consciência tranquila.

Lula voltou a criticar a imprensa, e disse que o problema não era a Dilma Rousseff, mas que ela era um degrau para que ele fosse retirado do poder. “Eu fiz muito mal nesse país. Garanti que fossem criados 22 milhões de empregos, as pessoas guardassem um jegue e fossem andar motocicletas, mais de um milhão e quatrocentas mil cisternas no Nordeste, para diminuir o sofrimento do povo, além de pobre no Ceará e no Brasil pudessem viajar para visitar parentes em São Paulo, de avião, além do alimento básico”, completa.

ANDRÉ COSTA
COLABORADOR

Fonte: Diário do Nordeste

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