Sem inovação, Brasil corre o risco de fechar bibliotecas


Espaço de convivência, estudo, produção e consumo de cultura, inserção social e, principalmente, leitura, as bibliotecas precisam oferecer diariamente opções de acesso a novos bens culturais num mundo cada vez mais conectado à internet e bombardeado por informações. 

No Rio de Janeiro, um modelo inovador e vitorioso, o de biblioteca parque, correu o risco de fechar por falta de verba do governo estadual para manter os equipamentos. Um acordo com as prefeituras do Rio e de Niterói reverteu provisoriamente a situação.

Com projeto baseado na experiência colombiana de Medellín, a primeira biblioteca parque do país foi inaugurada, em 2010, em Manguinhos, na zona norte da cidade. A da Avenida Presidente Vargas, próximo à Central do Brasil, foi reinaugurada como biblioteca parque em março de 2014, depois de passar quatro anos em reforma.

O equipamento foi criado em 1873 pelo imperador dom Pedro II e modernizado na década de 1980 pelo então secretário de Cultura do estado Darcy Ribeiro. O governo do estado também é responsável pela Biblioteca Parque da Rocinha e pela Biblioteca Pública de Niterói.

Para o bibliotecário Chico de Paula, integrante do Movimento Abre Biblioteca Rio, fechar as bibliotecas parque significaria uma perda irreparável para uma parte da população que não tem outras opções de acesso à cultura.

“Vários usuários da biblioteca as visitam simplesmente para usufruir do ar-condicionado, do wi-fi ou da poltrona, para tirar um cochilo após o almoço. Mas a biblioteca parque oferece muito mais. Ela dispõe de um acervo rico de livros, periódicos e vídeos, com cabines para que as pessoas assistam os filmes. Quem trabalha ou vive na rua também teve um porto seguro na biblioteca parque. Do ponto de vista cultural, o prejuízo é incalculável”.

Segundo ele, até hoje o país não criou uma cultura de biblioteca e já se fala que elas estão ultrapassadas.

“Da mesma forma como realizamos a Proclamação da República longe dos verdadeiros republicanos, como ainda não abolimos a escravatura de fato, corremos um sério risco de superar as bibliotecas sem tê-las realizado. Isso é muito grave. Não realizamos uma estrutura de biblioteca e pessoas começam a afirmar que não precisamos de bibliotecas porque temos internet, o Google. Mas como podemos falar em superação das bibliotecas se nem tivemos o prazer de desfrutar das bibliotecas no Brasil?”

De acordo com dados do Sistema Nacional de Bibliotecas do Ministério da Cultura, o Brasil tem 6.701 bibliotecas cadastradas.

Democracia
Além do acervo, o modelo de biblioteca parque oferece outras atividades para a comunidade. A superintendente da Leitura e do Conhecimento da Secretaria de Estado de Cultura, Vera Schroeder, destaca que o ambiente é acolhedor e democrático, tanto que a ameaça de fechamento foi revertida rapidamente.

“As bibliotecas ficaram fechadas por pouquíssimos dias. Tanto a sociedade civil quanto as prefeituras se sensibilizaram para que esses espaços tão importantes pudessem permanecer abertos. Acho que hoje as bibliotecas parque são um dos espaços mais democráticos que podemos ver na cidade e no estado do Rio de Janeiro. Você vê população de rua junto com pós-doutorados num mesmo espaço cultural, que é uma biblioteca. E vemos isso em qualquer uma das nossas bibliotecas”.

Moradora de Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, a artesã Fabíola Fortes Rouda Carmo vai para o centro de trem e leva a filha Laura, de 8 anos, para a biblioteca parque três vezes por semana. Elas pegam livros emprestados e participam de outras atividades.

“Ela é uma devoradora de livros. A quantidade de livros que ela lê por semana é impossível de comprar. Aí comecei a levá-la duas ou três vezes por semana. Moramos super longe, mas ela se sentiu acolhida pelo conceito da biblioteca parque. Lá, ela participa de clube de leitura e teatro. Então, temos uma relação muito estreita até com os funcionários da biblioteca.”

Já a professora Mariana Jaggi, do Liceu de Artes e Ofícios, aproveita o espaço para estudar.

“Só estudo, mas pretendo assistir uns filmes. São salas de filme que acho geniais. Assim que tiver tempo, vou marcar para assistir um filme. Para usar aqui, não precisa de cadastro. Só para pegar livro. Antes eu estudava em casa, mas procurei bibliotecas no centro e agora prefiro estudar aqui, tem ar-condicionado, internet, é mais reservado. Eu gosto muito”.

Cursando mestrado em engenharia nuclear na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o angolano Hamilton Ruben Tavares Tumba utiliza a biblioteca parque para estudar, fazer pesquisas e aprender mais sobre o Brasil.

“Estou sempre aqui, desde a inauguração. Trago os livros, às vezes utilizo os daqui para pesquisas e para conhecimento geral. Sou africano e acho que esse espaço é o melhor para estudar. Sempre que tenho tempo passo cinco, seis horas por aqui, até porque sou vizinho, moro bem perto.”

A designer Andressa Lemos é frequentadora da biblioteca parque e promoveu um projeto social com a rede Amor ao Cubo, a fim de incluir pessoas em situação de rua que visitam o local, o Fone Cultural.

“Tem um espaço multimídia, mas para ter acesso aos vídeos a pessoa tem de levar seu fone, que os moradores de rua normalmente não tem. Nosso projeto levou 88 fones para serem distribuídos entre eles. No dia 20 de novembro conseguimos fechar os kits culturais, fazer o evento em parceria com a biblioteca e entregar os kits. Moradores de rua geralmente têm um fluxo muito grande. Eles aparecem e depois desaparecem, mas é um número bem grande de interessados no acesso à cultura que a biblioteca disponibiliza para eles.”

Com o anúncio do fechamento, Andressa abriu um abaixo-assinado virtual para manter os equipamentos funcionando. Em menos de duas semanas, conseguiu quase 12 mil apoios.

Agora, ela pretende emplacar outros projetos de inclusão com parceira da biblioteca. “A gente pretende ajudar com questões de alfabetização, tecnologia, acesso à tecnologia e produção de cultura. Embora sejamos usuários e isso doa em nós, doeu muito mais como parceiros da biblioteca, porque esses caras não têms outros lugares para ir. Estamos brigando por eles.”

De acordo com Vera Schroeder, o projeto de bibliotecas parque também inclui a do Alemão, que já funciona parcialmente na estação Palmeira do teleférico, “mas não nas condições que a gente gostaria”. Vera disse que o local precisa de uma reforma para ajustar a infraestrutura ao projeto, ainda sem previsão, mas que o espaço já oferece acervo e cursos para a comunidade. Futuramente, a ideia é expandir a rede de bibliotecas parque para a Baixada Fluminense e cidades do interior.

“ São propostas, mas não existe nada assinado. As bibliotecas parque na Baixada e no interior dependerão da vontade política das prefeituras. A ideia é que possamos cobrir todo o território do Rio de Janeiro, de modo que as regiões norte e noroeste também tenham espaços como esse”, concluiu.

Fonte: Exame.com (Com Agência Brasil)

Curta nossa página no Facebook



Número de homicídios no Ceará cai 11% em 2015, segundo SSPDS

O Ceará reduziu em 11% o número de homicídios em 2015 em relação ao ano anterior, segundo balanço parcial dos números disponíveis no portal da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS). No ano passado foram 3.952 mortes violentas; e em 2014, 4.439 homicídios. É a primeira vez em 17 anos que o Ceará reduz o número de assassinatos.

No início do ano, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), havia estabelecido a meta de reduzir em 6% o número de assassinatos.

Até novembro do ano passado, os números oficiais apontavam 3.663 homicídios no estado. Em dezembro foram pelo menos 289 mortes violentas, o que totalizaria 3.952 homicídios durante todo o ano. Nos dias 16 e 17 de dezembro, no entanto, não foram registrados os crimes ocorridos na região “Interior Norte” do estado. Os documentos públicos da SSPDS registram a informação “os dados CPI não chegaram a tempo para a confecção deste relatório” nas datas.

Os homicídios – e outros crimes – são registrados no portal da SSPDS com base em informações da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) e Comando de Policiamento do Interior (CPI).

De acordo com os órgãos, a maioria dos homicídios (81%) são causados à bala, e em seguida (14%) à faca. Também há registros de mortes violentas a pauladas, a pedradas e "outros meios". Em dezembro de 2015, o dia mais violento foi à véspera do Natal, dia 24, com 19 homicídios. No dia 20 do mesmo mês foram 14 assassinatos.

Chacinas
Entre os crimes violentos no Ceará em 2015 ocorreram cinco chacinas, uma delas o caso que ficou conhecido como a Chacina da Messejana, em 11 de novembro, em que 11 pessoas foram assassinadas. A polícia investiga se as mortes em série tem relação com o assassinato de um policial horas antes. Ninguém foi preso.

Em abril deste ano, seis pessoas foram assassinadas em Sobral, no interior do Ceará. Das seis pessoas assassinadas, cinco moravam na mesma casa. Emily Farias, de 15 anos, o namorado e primo dela, Geovane Nascimento, além da mãe de Patrícia Farias da Silva, de 30 anos, a avó Maria de Jesus da Silva, de 53 anos, e Aureliano da Silva Ribeiro, 21 anos.

A única vítima que não morava na casa era Benedito Gomes da Silva, de 39 anos. Ele era vizinho da família. "Tudo leva a crer que o vizinho, o Benedito, estava no momento errado, na hora errada", diz Vieira. Dois suspeitos foram presos.

Fonte: G1 CE

Curta nossa página no Facebook



Educação sofre corte de R$ 10,5 bilhões, 10% do orçamento previsto, em 2015

O MEC (Ministério da Educação) perdeu R$ 10,5 bilhões, ou 10% do orçamento, em 2015, ano em que a presidente Dilma Rousseff escolheu o slogan "Pátria Educadora" como lema de seu segundo mandato. Cortes em programas, pagamentos atrasados e trocas de ministros marcaram o ano da pasta.

A presidente anunciou o lema já no primeiro dia de 2015, mas os problemas na área também apareceram depressa. Antes mesmo de oficializar o represamento de orçamento no âmbito do ajuste fiscal, a tesoura atingiu programas como o Fies (Financiamento Estudantil) e o Pronatec, as duas principais bandeiras de Dilma na área da educação durante as eleições de 2014.

Depois de uma expansão de financiamentos entre 2010 e 2014, o governo alterou as regras do Fies ainda nos últimos dias de 2014. Restringiu o acesso ao programa e chegou a adiar pagamentos a empresas educacionais. O ano fechou com 313 mil contratos, 57% menos do que o registrado em 2014.

Dados atualizados até sexta (1) mostram que a União gastou R$ 12 bilhões com o Fies em 2015, 16% menos do que os R$ 13,7 bilhões de 2014 --apesar de já haver mais contratos acumulados. No Pronatec, o início de novas turmas foi adiado no primeiro semestre e também houve atraso de pagamentos às escolas. O MEC defende que foi registrado 1,1 milhão de novas matrículas em 2015.

No decorrer do ano, outras iniciativas sofreram com a escassez de recursos, como o Mais Educação, voltado a escolas de tempo integral, e o PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), que transfere verbas diretamente para as unidades. Bolsas de programas de iniciação à docência e de alfabetização também atrasaram. O corte na verba de custeio provocou reflexos nas universidades federais, que agonizaram com problemas de caixa. O MEC ainda teve de lidar com uma greve de cinco meses de duração dos professores universitários federais.

Longo prazo
Com dificuldade de arcar com os compromissos já existentes, a pasta viu a expansão de gastos com a educação, prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), ser ameaçada. Aprovado em 2014, o PNE estipula 20 metas para a educação em 10 anos e traz a previsão de ampliação dos recursos da área para o equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no período. Atualmente, esse porcentual fica em torno de 6%.

Para o coordenador-geral da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Daniel Cara, o ano não foi bom para o setor. "Pensamos no início que a Pátria Educadora significaria o cumprimento do PNE dentro do primeiro mandato, mas o cumprimento neste ano foi ruim", diz. "O motivo foi o ajuste fiscal excessivo. O próprio governo impediu a realização de seu lema", completa.

O diretor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Luiz Carlos de Freitas, analisa que, embora tenha seu peso, a questão orçamentária não é o único problema enfrentado na área. "Em um ano de mandato estamos no terceiro ministro. A educação é uma área com um imenso passivo motivado pelo acúmulo histórico de falta de prioridade e investimento e há uma pressão muito grande para que os resultados apareçam logo. No entanto, não há atalhos para a boa educação", diz.

A primeira opção para o MEC no segundo mandato da presidente Dilma era o ex-governador do Ceará Cid Gomes. Ficou 76 dias no cargo e saiu após chamar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de achacador. Em seguida, assume o professor da USP Renato Janine Ribeiro, que fica cinco meses no MEC. Em outubro, é substituído por Aloizio Mercadante, que volta ao cargo que já havia ocupado entre 2011 e 2014.

De acordo com Janine Ribeiro, não foi possível prever que o golpe financeiro no MEC seria tão grande. "Em um ano sem dinheiro, fica um problema muito grande", diz ele, que defende a melhora nos gastos e critica o PNE. "O PNE é um plano de gastos, não é de melhora nos gastos. Passa a ter a crise e não se sustenta a expansão prevista."

Ações estruturantes
Em nota, o MEC defendeu que, mesmo com as restrições orçamentárias impostas pela necessidade do ajuste fiscal, foram preservados os "programas e as ações estruturantes do MEC". "Em 2015, foi dado mais um passo importante nesses 13 anos de governos que mantiveram o projeto educacional de compromisso com a ampliação do acesso e da permanência nos diferentes níveis de ensino e com a qualidade da educação", completa a nota.

Fonte: Estadão Conteúdo

Curta nossa página no Facebook



Ceará passa a receber parcela de ICMS nas compras pela internet

Começaram a vigorar nesta sexta-feira (1º) as novas regras para a cobrança do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre mercadorias e serviços vendidos à distância, tanto pela internet quanto por telefone. Com a mudança, o ICMS das mercadorias adquiridas no Ceará em sites sediados em outros estados passa a ser repartido entre o estado de origem e o Governo do Ceará, um dos primeiros estados a questionar o modelo antigo de recolhimento do imposto. A Secretaria da Fazenda do Ceará ainda não sabe em que percentual a arrecadação do ICMS vai aumentar o Estado.

As novas regras foram aprovadas em outubro de 2015 pela Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) com base em Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada em abril de 2015, pelo Congresso Nacional. A mudança foi regulamentada por convênio ICMS do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), publicado no Diário Oficial da União em 15 de dezembro de 2015.

Assim, o Ceará vai poder dividir o ICMS pago pelo contribuinte em compras na internet e por telefone  com os estados de origem dos produtos adquiridos. No modelo antigo, todo o imposto devido ficava com o estado onde a mercadoria havia sido comprada. Por exemplo, se o consumidor adquiria uma TV através de um site um sediado em São Paulo, o ICMS devido por essa operação ficava lá, para o governo paulista. Com o novo modelo, uma parcela vai te ser recolhida para o Ceará. Os índices são escalonados de 2016 a 2019.

Pela nova legislação, estado de destino da mercadoria ficará com 40% do diferencial de alíquotas (parcela do imposto que ele tem direito a receber); e o estado de origem, com 60%. Em 2017, a proporção se inverterá: 60% para o estado comprador e 40% para o estado vendedor. O estado consumidor ficará com 80% em 2018, e a partir de 2019, o diferencial será integralmente cobrado pelo estado de destino.

O texto prevê que os estados de destino recebam 100% da diferença de alíquotas apenas em 2019. Até lá, valerá uma regra de transição gradual para o recebimento do imposto:

- 20% para o estado de destino e 80% para o estado de origem em 2015;
- 40% para o estado de destino e 60% para o estado de origem em 2016;
- 60% para o estado de destino e 40% para o estado de origem em 2017;
- 80% para o estado de destino e 20% para o estado de origem em 2018.
- 100% para o estado de destino em 2019.

O ICMS interestadual incide quando uma mercadoria é produzida (ou importada) por determinado estado e vendida a outro. O estado de origem recebe a alíquota interestadual e o estado de destino – onde a mercadoria é consumida – fica com a diferença entre a alíquota interestadual e a alíquota final, chamada de diferencial de alíquotas. Assim, se a alíquota final no estado de destino é de 18%, o estado produtor cobra os 12% de ICMS interestadual, e o estado consumidor fica com 6%.

Divisão
A proposta tramitava no Congresso desde 2011, mas ganhou impulso em 2015 após um entendimento que envolveu a cúpula do Senado e todos os secretários de Fazenda que integram o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), órgão responsável por regular mudanças no ICMS.

Os secretários da Fazenda de alguns estados, incluindo o Ceará, argumentaram que com a ascensão da internet, esses estados estavam perdendo arrecadação. Isso porque o ICMS de mercadorias compradas pela internet ou por telefone, ficava integralmente com o estado que abriga a loja virtual A distorção trazia mais arrecadação para Rio de Janeiro e São Paulo, que abrigam a maioria dos sites de compra, e prejuízo para os demais estados, principalmente os das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Fonte: G1 CE

Curta nossa página no Facebook



Dilma sanciona LDO de 2016 com vetos a reajuste do Bolsa Família

A presidente Dilma Rousseff sancionou a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) com 40 vetos a artigos que estabeleciam, entre outros pontos, reajuste do benefício do Bolsa Família pela inflação dos últimos 20 meses, ampliação das obras prioritárias do governo federal e proibição de o BNDES financiar investimentos ou obras internacionais de empresas brasileiras.

A sanção de Dilma foi publicada nesta sexta-feira (1º) no "Diário Oficial da União", que circula com data retroativa de 31 de dezembro.

A LDO foi aprovada pelo Congresso Nacional no último dia 17, com meses de atraso. Ele serve como diretriz para a elaboração do Orçamento de 2016, também já aprovado pelo Legislativo, mas ainda em fase de sanção.

Entre os artigos vetados por Dilma está a ampliação da lista de obras prioritárias do governo federal, que tem prioridade em sua execução. Na razão do veto, Dilma afirma que já há prioridades definidas —a Política de Educação, o Programa de Aceleração do Crescimento e o Plano Brasil sem Miséria– e que uma ampliação dessa lista "dispersa os esforços do governo para melhorar a execução, o monitoramento e o controle de suas prioridades, afetando, inclusive, o contexto fiscal que o país enfrenta."

Outro veto é à determinação de que o Orçamento de 2016 contemple valores suficientes para reajustar todos os benefícios do Bolsa Família –carro chefe dos programas sociais do governo– pela inflação acumulada desde maio de 2014, data do último reajuste. A medida representaria uma elevação no benefício superior a 13%.

O governo argumenta que o Orçamento de 2016, já aprovado pelo Congresso, não traz esses recursos e que o Bolsa Família vem passando desde 2011 por "contínuo aperfeiçoamento e mudança estrutural" para favorecer famílias em situação de extrema pobreza, que ficariam prejudicadas com um aumento linear.

Dilma também vetou artigo que proibia o BNDES de conceder ou renovar empréstimo a empresas para "a realização de investimentos ou obras no exterior".

"O dispositivo poderia impedir que empresas exportadoras brasileiras ofertassem seus produtos e serviços no mercado externo com condições de venda compatíveis com as ofertadas por seus concorrentes internacionais, os quais contam com o apoio de instituições públicas dos seus respectivos países", diz a justificativa do veto.

O Congresso Nacional pode derrubar os vetos de Dilma com o voto de pelo menos a maioria absoluta de seus integrantes. Não há data para que essa sessão ocorra.

Fonte: Folha.com

Curta nossa página no Facebook



Sabia que é possível morrer de calor?

Morrer de calor é uma das expressões mais usadas no Brasil, sobretudo no verão. Num país tropical em que as temperaturas passam com frequência dos 30 ºC --e, na estação mais quente, chegam aos 40 ºC-- não é de se espantar que muita gente esteja sempre "morrendo de calor".

Mas será que é possível mesmo morrer de calor? O professor da Faculdade de Medicina da USP Paulo Saldiva explica que, embora seja raro, isso pode acontecer sim.

"Estudos mostram que durante as ondas de calor há um aumento da mortalidade, sobretudo de idosos e bebês, que têm menos capacidade de adaptação e, muitas vezes, dependem dos cuidados alheios para se proteger", explica o especialista.

Quando está quente, suamos como uma forma de regular a temperatura do corpo: o suor é uma das reações ordenadas pelo cérebro par fazer declinar a temperatura da pele e, consequentemente, do sangue circulando nos vasos sanguíneos superficiais. O sangue refrescado corre pelo corpo, baixando a temperatura do organismo.

Entretanto, quando está quente demais, a tendência é que haja cada vez mais vasos de regulação térmica abertos no nosso corpo, para que suemos mais. O primeiro problema óbvio desse suor excessivo é a desidratação.

Alguns idosos - por conta de outras condições comuns à idade avançada, que danificam mecanismos de controle do corpo - podem perder uma quantidade significativa de água sem sentir sede. Quando perdemos muita água e não repomos líquido, junto com a desidratação podem surgir também outros problemas.

Com muitos vasos da pele dilatados ao mesmo tempo, por exemplo, a pressão sanguínea cai - o que pode levar a vertigem e tonturas, por exemplo. Com a pressão mais baixa, a tendência é que o coração comece a bater mais rápido numa tentativa de elevar a pressão e equilibrar o organismo.

O coração sobrecarregado e a menor quantidade de líquidos circulando deixa o sangue mais denso, o que aumenta também a chance de ocorrer algum tipo de obstrução - ou trombo. E também de uma parada cardíaca.

Em situações normais, a própria variação natural da temperatura ao longo do dia se encarrega de regular esse processo, evitando o superaquecimento do corpo. Mesmo num verão quente, as noites sempre tendem a ser mais frescas que os dias, regulando naturalmente a temperatura corporal.

O grande problema, como explica o climatologista Carlos Nobre, atualmente à frente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), são as ondas de calor extremas e prolongadas, quando essa variação de temperatura ao longo do dia é tão mínima que não dá conta de regular a temperatura do corpo, provocando o superaquecimento.

"O pico de temperatura elevada, mesmo que acima dos 40ºC, não é o grande problema", explica Nobre. "O risco é quando, ao longo de pelo menos três dias consecutivos, a temperatura máxima passa dos 36ºC e a mínima não cai abaixo de 21ºC. Quando isso ocorre, o corpo não consegue se resfriar de forma apropriada, o que pode levar a paradas cardíacas e derrames."

Fresco e hidratado
A forma de prevenir tais problemas é tão óbvia quanto intuitiva: se manter sempre hidratado e refrescado - por meio de ar-condicionado, ventilador, banho frio. A adaptação das cidades às temperaturas altas é uma ajuda valiosa. Centros urbanos com árvores (e sombra), arquitetura que valorize a circulação de ar, a proximidade da praia, instalações refrigeradas, por exemplo, ajudam a minimizar os efeitos do calor excessivo e evitar problemas maiores.

Vale lembrar que estamos às vésperas de um verão que promete ser um dos mais quentes de todos os tempos no país, com as temperaturas ultrapassando facilmente os 40ºC por vários dias seguidos nos locais tradicionalmente mais quentes, como Rio de Janeiro, Piauí e Tocantins. Segundo meteorologistas, os termômetros podem registrar um calor até 4ºC acima da média.

Isso porque estamos diante de uma combinação inédita de fenômenos: a elevação da temperatura média do planeta por conta do aquecimento global (que já é de quase 1ºC) somada a um fenômeno El Niño dos mais intensos já registrados.

O fenômeno está relacionado ao aquecimento das águas do Pacífico Sul e, em geral, à elevação das temperaturas globais. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, o El Niño deste ano pode ser um dos quatro mais intensos dos últimos 65 anos.

O El Niño também costuma causar chuvas mais intensas. Se, por um lado, as chuvas são importantes para baixar a temperatura, por outro, o calor com umidade tende a ser percebido com mais intensidade. A sensação térmica aumenta. Não custa nada estar preparado para morrer de calor apenas metaforicamente e manter a saúde neste verão.

Fonte: BBC Brasil

Curta nossa página no Facebook



Fundação Getúlio Vargas oferta 9 cursos online gratuitos em diversas áreas

Que tal se manter atualizado em várias áreas de atuação ao toque de um clique? A Fundação Getúlio Vargas, oferta 9 cursos online gratuitos para quem quiser dar um upgrade em seu currículo. Entre as especificidades ofertadas há cursos na área de finanças pessoais, sustentabilidade, inovação, economia e empreendedorismo.

A FGV é a primeira instituição brasileira a ser membro do OpenCourseWare Consortium (OCWC), um consórcio de instituições de ensino de diversos países que oferecem conteúdos e materiais didáticos sem custo, pela internet.

Cursos na área de Finanças Pessoais

Como organizar o orçamento familiar – 12h
Como Fazer Investimentos – Básico – 12h
Como Planejar a Aposentadoria – 10h
Como Fazer Investimentos – Avançado – 8h
Como Gastar Conscientemente – 8h

Cursos na área de Sustentabilidade

Sustentabilidade no dia a dia: orientações para o cidadão – 12h
Sustentabilidade, um valor para a nova geração: orientações para o professor de ensino fundamental – 15h
Sustentabilidade aplicada aos negócios: orientações para gestores – 10h

Cursos de Inovação, Economia, Venture Capital e Empreendedorismo

Cursos Introdução ao Private Equity e Venture Capital para Empreendedores

Para acessar os conteúdos dos cursos ofertados, clique aqui.

Fonte: Tribuna do Ceará

Curta nossa página no Facebook



Deixar de fumar engorda em 84% dos casos, diz manual

Chegou 2016, e na lista das promessas para o novo ano, a de deixar de fumar é um clássico. Boas razões não faltam, como esta: “Os indivíduos que cessam os hábitos tabágicos antes dos 50 anos têm metade do risco de morrer nos 15 anos seguintes", diz a Direção-Geral de Saúde (DGS). Mas entre anos de vida ganhos e doenças várias que se podem prevenir há uma pequena contrariedade: deixar de fumar engorda. Cerca de 84% dos fumadores em cessação ganham peso.

A média de ganho de peso é de quatro a cinco quilos após um ano. Uma pequena minoria (13 a 14% dos indivíduos) ganha mais de 10kg. “Esta taxa não é sempre igual: é mais acentuada durante os primeiros três meses de cessação tabágica, com um aumento médio de 1kg por mês, e decresce após este período”, segundo a DGS.

Engordar é mesmo considerado “o principal motivo para a relutância em parar de fumar e recaída depois da cessação, especialmente nos fumadores que apresentam preocupações com o seu peso”, lê-se numa publicação que acaba de ser publicada no site da DGS: o manual Cessação Tabágica e Ganho Ponderal — Linhas de Orientação. Objectivo: promover um consumo alimentar adequado durante a cessação tabágica. Porque “os benefícios para a saúde decorrentes” da mesma “excedem quaisquer outros riscos associados ao aumento médio de quatro a cinco kg”.

A primeira das recomendações deste manual pode resumir-se assim: faça uma coisa de cada vez. “O controlo de peso através de uma restrição energética não é aconselhado durante a cessação tabágica, uma vez que as exigências mentais e emocionais desta restrição podem comprometer o sucesso da abstinência.” Assim, é aconselhado que durante os primeiros três meses sem cigarros, o fumador se concentre na cessação tabágica e não no controlo do peso. Preocupe-se com os quilos a mais “quando se encontrar totalmente confiante na cessação tabágica.”

Outra recomendação: “Anote as horas de maior compulsão para fumar e tenha sempre disponíveis pastilhas elásticas sem açúcar ou frutos gordos em quantidades moderadas (nozes, amêndoas, avelãs, amendoins, …). Estes ajudam a ter as mãos ocupadas" sendo que a mastigação diminui a vontade de comer demasiado. "Para além das pastilhas podem ser usados palitos ou palhinhas de plástico que ajudam a aliviar a tensão dos músculos do maxilar usado na inalação do fumo do cigarro.”

Mais à frente neste pequeno livrinho explica-se que para quem deixa de fumar, fazer várias refeições ao longo do dia ajuda a controlar os sintomas de privação da nicotina, como a ansiedade ou a vontade de comer muito. Ter sempre disponíveis pequenos lanches saudáveis (fruta e hortícolas crus é bom) é outro truque. Beber muita água — “A água ajuda a libertar a nicotina e seus metabolitos do organismo, nos primeiros dias de cessação” — e evitar o álcool, também. “O álcool cria um défice de oxigénio, devido a uma diminuição da saturação da hemoglobina na corrente sanguínea, que pode prejudicar a concentração e desencadear uma maior vontade de fumar e comer.”

Mais dicas estão disponíveis no manual que se encontra no site da DGS. Que lembra: “Estudos mostram que 80% dos fumadores expressam o desejo de parar de fumar, 35% tentam deixar de fumar todos os anos, mas menos de 5% têm êxito em cessar o consumo sem ajuda.” Por isso, mais uma recomendação: “Informe-se sobre a existência de consultas multidisciplinares de cessação tabágica no Centro de Saúde ou Hospital da sua área de residência.”

Fonte: Público/UOL

Curta nossa página no Facebook



Morre aos 65 anos a cantora Natalie Cole


A cantora Natalie Cole, conhecida pela interpretação de "Unforgettable", de seu pai, Nat King Cole, morreu aos 65 anos. A empresária Maureen O'Connor confirmou a informação à agência Associated Press.

A cantora ainda tinha outros sucessos como compositora, como "This Will Be", "Inseparable" e "Our Love". De acordo com o site TMZ, a cantora, que estava internada em um hospital de Los Angeles, morreu de insuficiência cardíaca, que pode estar ligada a complicações de seu transplante de rim e Hepatite C.

Ela lutava contra problemas de saúde há alguns anos e chegou a cancelar várias apresentações em dezembro de 2015, inclusive o show de virada do ano no Disney Hall em Los Angeles.

A representante de Natalie ainda divulgou um comunicado em nome da família da cantora: "É com o coração pesado que comunicamos a morte de nossa mãe e irmã. Natalie travou uma feroz e corajosa batalha, morrendo como viveu, com dignidade, força e honra. A nossa amada mãe e irmã fará muita falta e permanecerá inesquecível em nossos corações para sempre". Casada três vezes, ela deixa um filho.

Em 2000, Natalie contou em sua autobiografia como a experiência com a cocaína e heroína quase a levou à morte e que chegou a roubar e passar cheques sem fundo para sustentar a dependência química. No livro, ela também contou que foi assediada por um parente em sua infância.

A cantora venceu nove prêmios Grammy, incluindo álbum do ano e gravação do ano por "Unforgettable... With Love", um dueto virtual feito com as gravações de seu pai. O álbum vendeu 14 milhões de cópias.

Nat King Cole morreu de câncer no pulmão em 1965 aos 45 anos, quando Natalie tinha acabado de completar 15 anos. A mãe de Natalie, a também cantora Maria Cole, morreu de câncer em 2012, aos 89 anos.




Fonte: UOL

Curta nossa página no Facebook



Entidades poderão emitir carteira de estudante sem se filiar à UNE

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu uma liminar (decisão provisória) para desobrigar as entidades de ensino a se filiarem a associações como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) para emitir carteiras de identificação de estudantes, capazes a gerar o benefício da meia entrada em cinemas, teatros, shows e diversos eventos culturais.

De acordo com o ministro, a exigência legal da filiação das entidades às associações nacionais caracteriza uma “ingerência estatal na autonomia das associações”. “Se há problemas na expedição das carteiras estudantis e na fiscalização desse processo, são os meios de fiscalização que devem ser aprimorados, ao invés de ser suprimida uma atividade ou limitado o âmbito de atuação das associações”, escreveu o ministro.

A Lei 12.933, de dezembro de 2013, estabelece que a carteira de identificação estudantil é emitida pela UNE, pela UBES e pela Associação Nacional de Pós Graduandos (ANPG) e por entidades estaduais, municipais e diretórios acadêmicos filiados às associações. A lei foi questionada no Supremo pelo PPS, com argumento de que há violação ao princípio da liberdade de associação.

“Impõe-se o reconhecimento de qualquer entidade estudantil como plenamente legitimada à emissão da CIE (carteira de identificação estudantil), independente de qualquer filiação a outra entidade de maior abrangência territorial“, sustenta o partido ao Supremo.

Senado, Advocacia-Geral da União (AGU) e Procuradoria-Geral da República (PGR) enviaram informações ao Supremo sobre o tema sustentando que o argumento do PPS é improcedente. Os advogados do Senado argumentaram que a lei foi editada para barrar a emissão de documentos de “forma desordenada e fraudulenta”.  A AGU afirmou que a lei de 2013 aprimorou o sistema anterior que “inviabilizava o controle do Estado e da sociedade quanto à autenticidade do documento”.

Para Toffoli, contudo, a o aperfeiçoamento do sistema não pode prejudicar outros direitos fundamentais, como o da liberdade de associação. “Entendo, ademais, que o ato de emitir carteira estudantil é ínsito à atividade educacional, cabendo à própria instituição à qual está vinculado o estudante atestar, para todos os efeitos legais, que o aluno ostenta essa condição”, decidiu o ministro.

A decisão, tomada no último dia 19 e atualizada no sistema do STF hoje, tem vigência imediata, mas ainda será discutida pelo plenário do STF.

Fonte: Estadão

Curta nossa página no Facebook



Delegacias do Ceará recebem 300 equipamentos de segurança utilizados na Copa do Mundo

Com o intuito de reforçar a segurança no interior do estado, a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) realizou a entrega de mais 300 equipamentos de segurança nas delegacias e unidades prisionais do interior do Ceará. Os equipamentos são resultado de parceria com o Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça.

De acordo com a Sejus, os instrumentos fazem parte do material de segurança utilizado na Copa do Mundo. Com as novas máquinas, todas as 130 unidades do Estado serão beneficiadas.

Ao todo, serão distribuídos 318 equipamentos, sendo 77 portais, 26 raios-x, 69 banquetas eletrônicas e 146 raquetes eletrônicas. Os instrumentos auxiliarão os agentes na detecção de objetos de metal que estejam com pessoas que adentrem as unidades.

Segundo o coordenador do sistema penitenciário, Wanderson Pereira, os equipamentos fortalecerão a segurança das unidades. “É preciso cada vez mais melhorar a segurança das unidades, e essas doações fortalecem o trabalho dos agentes”, comenta.

Com a novidade, o Depen dá seguimento ao plano de modernização dos sistemas penitenciários estaduais. Nos últimos anos, já foram cedidos computadores, detectores de metal, aparelhos de Raio-X, viaturas e ambulâncias.

Fonte: Tribuna do Ceará

Curta nossa página no Facebook



Pais reduziu extrema pobreza em 63% em 10 anos e manteve conquistas na crise, diz Ipea

O Brasil consegui reduzir a extrema pobreza em pelo menos 63% entre 2004 e 2014, segundo análise feita pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea) sobre os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2014. A avaliação está na Nota Técnica Pnad 2014, divulgada nesta quarta-feira (30), na sede da entidade, em Brasília.

De acordo com o Ipea, mesmo em 2014, quando começaram a ser sentidos aqui os primeiros efeitos da crise econômica mundial, o Brasil permaneceu em “franco processo de mudança social”. Isso porque a base estruturante desses avanços, que vêm sendo feitos desde 2003, permaneceu no ano passado, com o crescimento real da renda do trabalhador e a diminuição de desigualdades, o aumento da escolaridade e das condições gerais de vida dos brasileiros, além da redução das desigualdades entre negros e brancos, mulheres e homens, trabalhadores rurais e urbanos.

“Passamos por um ciclo ininterrupto de transformações sociais em dez anos (2004-2014). Todos os dados relacionados às questões sociais têm apresentado melhora e nos permitiram a constituição de um colchão de amortecimento às crises”, pontuou André Calixtre, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, durante o lançamento da Nota Técnica Pnad 2014 – breves análises.

Para o pesquisador, a renda crescente, a diminuição da desigualdade de renda, além da melhoria dos programas de transferência de renda e o aumento da cobertura previdenciária explicam os números de 2004 a 2014. “Houve uma retomada do ciclo de redução da extrema pobreza”.

Índice de Gini
O estudo é composto de diversas análises sobre temas como desigualdade social, gênero e raça e arranjos familiares. No primeiro texto,“Desigualdade e Pobreza”, o autor, Rafael Osorio, demonstra que tanto pelo índice de Gini quanto por outros três índices da família de indicadores de entropia generalizada as desigualdades de renda decrescem no Brasil de 2004 a 2014.

O Índice de Gini é um sistema de cálculo usado internacionalmente para medir o grau de concentração de renda em um em determinado grupo. Valores mais altos deste coeficiente indicam maior concentração de renda. Numericamente, o índice varia de zero a um (alguns apresentam de zero a cem), em que o valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. Já o valor um (ou cem) representa o extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza.

Segundo o Ipea, o índice de Gini do País caiu de 0,570 em 2004 para 0,515 no ano passado. Da mesma forma, a parcela da população em situação de pobreza teve uma redução no período analisado. A queda na taxa de pobreza extrema de 2004 para 2014 varia de 63% a 68,5%, dependendo da linha de análise utilizada, uma redução média em torno de 10% ao ano.

Educação
Já a análise feita pelos pesquisadores Paulo Corbucci, Herton Ellery Araujo, Ana Codes e Camilo Bassi trata da evolução de dois indicadores educacionais: média de anos de estudo dos jovens brasileiros e taxa de alfabetização da população de 15 anos ou mais.

A pesquisa mostra que os dados da Pnad 2014 reiteram os avanços obtidos na última década com relação à ampliação da escolaridade dos jovens brasileiros, mas também confirmam a necessidade de maior atenção junto aos segmentos populacionais de maior idade.

Por outro lado, o texto “Breve análise dos dados da Pnad 2014 para o mercado de trabalho” explorou o tema por meio da comparação dos resultados de seus principais indicadores, ao longo dos dez anos. E concluiu que o desempenho dos rendimentos do trabalho, da informalidade e do desemprego foi amplamente favorável no período.

Os dados da Previdência capturados pela Pnad 2014, e analisador por Leonardo Alves Rangel, revelaram que a cobertura previdenciária da população ocupada (PO) de 16 a 64 anos e da população idosa (65 anos ou mais), quando considerados todos os beneficiários contributivos e não contributivos, pulou de 63,4% em 2004 para 72,9% em 2014 em toda a população ocupada de 16 a 64 anos. Quando se observa somente a população idosa, a cobertura subiu de 89,9% em 2004 para 91,3% em 2014.

Fonte: Blog do Planalto

Curta nossa página no Facebook



Homem dado como morto após bebedeira acorda no IML e vai beber de novo

Um homem da região de Khasanky, no extremo oeste da Rússia, dado como morto após uma noite de bebedeira com os amigos no final de 2015, acordou no necrotério e voltou ao bar para continuar tomando vodka.

De acordo com o jornal local Khasanskiye Vesti, o homem, que não teve a identidade revelada, caiu bêbado no bar. Os amigos chamaram uma ambulância e os médicos diagnosticaram, na hora, que ele estava morto.

Só quando foi colocado num congelador mortuário, o rapaz acordou. Ao jornal, Aleksey Stoyev, porta-voz da polícia, afirmou que, pelo necrotério estar cheio, os corpos estavam também no chão da sala de freezer.

"Estava muito escuro e frio. Em algum momento, o homem acordou não compreendendo onde estava", disse Stoyev. "Além disso, seu cérebro estava nebuloso devido à influência de álcool", complementou.

"Na escuridão, ele sentiu os membros completamente frios de um outro corpo e com medo correu para a porta. Mas estava trancada", afirmou ao jornal o porta-voz da polícia.

Khasanky  é uma área costeira no Extremo Oriente da Rússia, próximo da China e da Coreia do Norte.  Com 4,1 mil quilômetros quadrados, abriga 35 mil pessoas.

Fonte: Rede TV!

Curta nossa página no Facebook



Seduc realiza chamada pública para seleção de profissionais do Programa Brasil Alfabetizado

A Secretaria Municipal de Educação (Seduc) de Juazeiro do Norte, realizará uma seleção com o objetivo de contratar profissionais para atuarem no Programa Brasil Alfabetizado (PBA) pelo tempo determinado de oito meses. As inscrições estarão abertas no período de 4 a 15 de Janeiro de 2016, quando sessenta e seis vagas serão disponibilizadas para alfabetizadores e treze para alfabetizadores-coordenadores de turmas.

De acordo com o edital dessa chamada pública, que está disponível no blog da Seduc, os candidatos selecionados serão lotados prioritariamente em escolas e/ou espaços da comunidade onde ocorram turmas de alfabetização, conforme a necessidade do PBA.

Por se tratar de uma função voluntária, o alfabetizador selecionado receberá bolsa mensal, subdivididas por classes, da seguinte forma: bolsa classe I no valor de R$ 400,00, II de R$ 500,00, enquanto as classes III e V, de R$ 600,00 e R$ 750,00, respectivamente. Já para o alfabetizador-coordenador de turma, as bolsas estarão divididas nas classes IV de R$ 600,00 e VI de R$ 800,00.

Os interessados devem procurar a Secretaria de Educação de Juazeiro do Norte, localizada a Rua 15 de Novembro, 15, no Bairro São Miguel, das 8h às 11h e das 14h às 17h. Para mais informações, a Seduc disponibiliza os números (88) 3511-5382/ 3511-5407.



Boleto do IPVA de veículos do Ceará não será enviado pelos Correios em 2016

Pela primeira vez, os boletos do Imposto sobre a Circulação de Veículos Automotores (IPVA) não serão enviados pelos Correios aos proprietários em 2016. Para efetuar o pagamento, o contribuinte deverá imprimir seu boleto através do site da Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz), ou em uma das unidades de atendimento. A medida foi adotada em outros estados.

Diante do relato de que alguns contribuintes do Ceará receberam documento de IPVA via Correios, a Sefaz reforçou que não faz esse envio. Os boletos estarão disponíveis a contribuintes a partir da próxima segunda-feira (4). Em caso de dúvidas, o proprietário de veículo pode ligar para 0800-707-8585.

Em 2016, 100% dos proprietários de veículos no Ceará pagarão menos pelo IPVA. A redução média, com relação a 2015, será de 4,01%. Ao todo, 2.118.445 veículos serão tributados, com uma previsão de arrecadação de R$ 719,065 milhões, onde 50% desse valor pertence ao tesouro estadual e os outros 50% são destinados aos municípios cearenses.

O prazo para quem optar pelo pagamento em cota única, usufruindo do desconto de 5%, será até o dia 29 de janeiro. Já o parcelamento continuará sendo feito em quatro pagamentos iguais. Quem decidir por parcelar o desembolso – sem nenhum abatimento – deverá pagar as parcelas, que não podem ser inferiores a R$ 50, nos dias 23/2, 23/3, 25/4 e 23/5.

Fonte: Tribuna do Ceará

Curta nossa página no Facebook



Planos de saúde devem cobrir testes de dengue e chikungunya

A partir deste sábado, 2 de janeiro, os planos de saúde passam a ser obrigados a oferecer para seus beneficiários vinte e um novos procedimentos, entre eles o teste rápido para dengue e o exame de diagnóstico de chikungunya. As novidades constam do novo rol de cobertura obrigatória aos convênios médicos, atualizado a cada dois anos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Além dos novos procedimentos, que incluem exames, cirurgias e próteses, as operadoras ficam obrigadas ainda a fornecer um novo medicamento para câncer de próstata e a aumentar sessões de fonoaudiologia, fisioterapia e psicoterapia para pacientes com alguns tipos de doença.

No caso do exame da dengue, os planos só eram obrigados a cobrir testes laboratoriais cujos resultados demoravam uma semana para sair. Agora, entrou para a lista de cobertura mínima os testes rápidos de sorologia para busca de anticorpos IgM e IgG - que servem para detectar o estágio de diversas doenças, entre elas, a dengue.

Também passa a ser coberto o exame do antígeno NS1 da dengue, que detecta a doença logo no estágio inicial dos sintomas - os exames de anticorpos só podem ser feitos a partir do sexto dia das manifestações da doença.

Zika
Motivo de apreensão principalmente entre as grávidas, o diagnóstico do zika vírus não entrou no novo rol da ANS, até porque quase nenhum laboratório privado brasileiro oferecia o procedimento quando as coberturas do novo rol foram definidas, em outubro. O desenvolvimento da técnica para a realização do exame começou há poucas semanas, após o zika ser associado ao aumento de casos de microcefalia no País - que já chegaram a 2.975, segundo o Ministério da Saúde.

Como os sintomas das três doenças são parecidos, enquanto o teste não é incorporado, o diagnóstico provável do zika pode ser feito por exclusão, quando os testes para dengue e chikungunya derem negativo.

Mais sessões
A ANS decidiu ainda ampliar de doze para dezoito o número de sessões anuais de psicoterapia que as operadoras são obrigadas a pagar para seus usuários. No caso da fonoaudiologia, os pacientes com gagueira e outros transtornos de fala e linguagem terão direito ao dobro de sessões anuais: 48, ante as atuais 24.

Benefício ainda maior tiveram os pacientes com transtornos globais do desenvolvimento, como autismo, que deverão ter 96 consultas com um fonoaudiólogo cobertas todos os anos, também o dobro do que era previsto no antigo rol. As gestantes e mulheres que estão amamentando passam a ter direito a 12 consultas com um nutricionista por ano.

Outras inclusões
Pelo novo rol, os pacientes de planos passam a ter acesso a um quimioterápico oral para câncer de próstata, o enzalutamida. O medicamento é indicado principalmente para pacientes que já apresentam metástase.

Entre os novos procedimentos do novo rol estão ainda um implante de cardiodesfibrilador, espécie de marca-passo que emite fibrilação em arritmia cardíaca, evitando, assim, mortes súbitas; e uma prótese auditiva ancorada em osso para pessoas com esse tipo de deficiência.

A ANS alerta que, por enquanto, as operadoras não podem reajustar as mensalidades sob o argumento de que terão aumento de despesas com a oferta dos procedimentos previstos no novo rol. De acordo com a agência, a inclusão das novas tecnologias é avaliada por um ano e, caso seja identificado impacto financeiro, ele será avaliado somente para o reajuste de 2017.

As operadoras que não cumprirem a cobertura obrigatória estão sujeitas a multa de 80.000 reais por infração cometida. Para fazer uma reclamação contra uma empresa que não esteja respeitando a determinação, o consumidor pode acessar o site da ANS (www.ans.gov.br) ou ligar para a central da agência, no telefone 0800-701-9656.

Fonte: Veja (Com Estadão Conteúdo)

Curta nossa página no Facebook



Audiência na TV: Em 13 anos, TV Globo perde 41% e SBT, 22%; Record cresce 357%

Um gráfico produzido pela Record para uso interno traça um panorama da audiência das redes de TV na Grande São Paulo entre 1993 e 2015 (até domingo, 27/12). No quadro, montado com base nos números do Ibope (agora chamado Kantar Ibope), as emissoras aparecem da seguinte forma no período, considerando a programação diária, das 7h à 0h:
  • TV Globo – 23,5 pontos (1993) e 13,8 pontos (2015, até 27/12): 41% de queda;
  • SBT  – 8,0 pontos (1993) e 6,2 pontos (2015, até 27/12): queda de 22%;
  • TV Record – 1,5 ponto (1993) e 6,8 pontos (2015, até 27/12): 357% de crescimento;
  • TV Bandeirantes – 2,8 pontos (1993) e 2,3 pontos (2015, até 27/12);
  • TV Manchete – 1,5 ponto em 1993 e, já como RedeTV! 0,8 ponto em 2015.
A Record fecha o ano com metade da audiência da Globo, mas ostenta o porcentual de crescimento. Usa o calendário de 1993 como referência porque é o primeiro ano fechado da medição de audiência por people meter, aparelho que capta dados em tempo real – ainda que a mostra do painel fosse bem menor. Convém resgatar, no entanto, que em 1993, a Record ainda estava no fundo do poço que motivou sua troca de mãos três anos antes, das famílias Machado de Carvalho e Abravanel, para Edir Macedo. Da mesma forma, não se pode negar que 2015 foi um ano e tanto para a emissora, graças a Os Dez Mandamentos e à estratégia que favoreceu também o Jornal da Record, além da injeção de ânimo trazida por Xuxa.

Em tempo: 1 ponto de audiência na região valia 40 mil domicílios em 1993. Em 2015, 1 ponto valeu 67 mil lares.

Só falta falar
Luiz Henrique Rios dirige Juliana Paiva na 3ª etapa do concurso Garota Totalmente Demais, na novela das 7 da Globo. A prova é um comercial de perfume, mas Cassandra, a personagem, não decora o texto e, na edição, acabam apelando para um locutor.

Como tem feito ano a ano, a Kantar Ibope Media atualiza, a partir do 1º dia do ano, a representatividade do ponto de audiência nas 15 regiões em que mensura o público de TV, com base nas novas estimativas populacionais. A coluna antecipa aqui que, a partir de  amanhã, 1 ponto na Grande São Paulo salta dos atuais 67 mil domicílios para 69.417; na Grande Rio, o ponto, hoje válido para 42.293 endereços, será ampliado para 43.346. E no Painel Nacional de TV (PNT), 1 ponto representará 240.886 lares (ante 233.400 em 2015).

O Ibope também anuncia a inclusão de seis municípios que passam a ser mensurados nas regiões metropolitanas de Fortaleza e Porto Alegre. E promete antecipar a entrega diária de alguns bancos de dados aos clientes.

O que a  concorrência não faz? A Gfk, que chegou ao País para medir audiência, ainda não mostrou seus números, mas já mostrou como pode motivar uma empresa que até então gozava de monopólio absoluto no seu ramo.

Fonte: Estadão

Curta nossa página no Facebook



Ocupação hoteleira no Réveillon de Fortaleza supera a festa passada

No Ceará, a ocupação hoteleira durante o Réveillon de 2015 para 2016 deve ser 5% maior que de 2014 para 2015. A expectativa da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira do Ceará é que 95% dos hotéis e pousadas em todo o Estado estejam ocupados neste feriadão.

O Réveillon de Fortaleza é um dos maiores do País e reúne turistas de todo lugar. O presidente da associação, Regis Medeiros, avalia de forma positiva o ano, mesmo que a crise tenha apertado o bolso do consumidor.

“São números muito positivos. Agora, em termos de faturamento, a hotelaria teve que manter a diária de 2014, e em alguns momentos até diárias de 2013, já que nós estamos em um período de crise, e quando o consumidor vê uma boa promoção, mesmo em um período de alta temporada, ele se esforça um pouco mais e não quer perder a oportunidade”, explica o presidente em entrevista à Rádio Tribuna BandNews FM.

Já para as férias de janeiro em 2016, a taxa de ocupação deve ser um pouco abaixo da registrada neste ano, que foi de 86%, segundo a associação. Regis Almeida conta que para atrair mais clientes, a saída tem sido investir nos descontos e promoções.

Em 2015 foram ofertadas 11.500 unidades para ocupação em hotéis e pousadas só na capital cearense. Quase 10% a mais que em 2014.

Fonte: Tribuna do Ceará

Curta nossa página no Facebook



Aécio recebeu 300 mil em propina, diz delator


O entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, Carlos Alexandre de Souza Rocha, afirmou em delação premiada que levou R$ 300 mil no segundo semestre de 2013 a um diretor da UTC Engenharia no Rio de Janeiro, que lhe disse que a soma iria ao senador Aécio Neves, segundo informações da Folha de S. Paulo.

Em depoimento, o delator revelou ter conhecido Youssef em 2000, e que, a partir de 2008, passou a fazer entregas de R$ 150 mil ou R$ 300 mil a vários políticos.

De acordo com a publicação, Rocha afirmou que em 2013 realizou “umas quatro entregas de dinheiro” a um diretor da UTC chamado Miranda, no Rio de Janeiro.

O diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, também disse em depoimento que o diretor comercial da empreiteira Antonio Carlos D'Agosto Miranda "guardava e entregava valores em dinheiro a pedido" dele ou de Ricardo Pessoa, dono da UTC. O nome de Aécio não foi citado por Pessoa, nem Santana, durante esclarecimentos sobre envolvimento no esquema de corrupção.

O delator destacou a ansiedade de Miranda para receber uma das remessas de R$ 300 mil entre setembro e outubro de 2013. Ao indagar o destinatário final, Rocha afirmou que recebeu como resposta o nome de Aécio Neves.  Na ocasião, o delator teria questionado o motivo de haver propina para um integrante da oposição. "Aqui a gente dá dinheiro pra todo mundo: situação, oposição, [...] todo mundo", teria respondido o diretor da UTC.

Aécio nega acusações
A assessoria de Aécio explicou que considera "absurda e irresponsável" a citação a seu nome, "sem nenhum tipo de comprovação". "Trata-se de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de tentar constranger o PSDB, confundir a opinião pública e desviar o foco das investigações", disse, em nota.

Fonte: Terra

Curta nossa página no Facebook



Filho do criador da sandália de Lampião vira ícone do mundo fashion


"O cabra chegou para meu pai e disse que queria uma sandália diferente, de solado quadrado, sem marca da curva da sola do pé. Mostrou um modelo desenhado. Meu pai disse que fazia. Dias depois o cabra veio buscar a encomenda e perguntou a meu pai se ele sabia para quem era a sandália. 'Não é para você?', meu pai perguntou. 'Não, é para o Capitão Virgulino'. 'Pois leve a sandália e nem precisa pagar'".

É assim que Espedito Velozo de Carvalho, o Mestre Espedito Seleiro, 77 anos, resume como surgiu a sandália mais famosa de tantas de seu ateliê em Nova Olinda, cidade do interior do Ceará, a 500 km de Fortaleza.

A sandália de solado quadrado era mesmo para o Capitão Virgulino Ferreira, o Lampião, chefe do bando de cangaceiros que impunha medo, respeito e fascínio no interior do Nordeste nos anos 1930.

O solado quadrado, sem indicar qual era a frente da sandália, tinha um propósito: despistar as volantes, como eram chamadas as equipes policiais que caçavam os cangaceiros pelo sertão. "O solado quadrado deixava uma pegada quadrada, de modo que a volante não conseguia saber para que lado Lampião tinha ido, se estava indo ou voltando", explica Espedito Seleiro.

O filho do criador da sandália de Lampião se transformou, nos últimos anos, em uma assinatura valorizada no mundo da moda, do cinema e do design. Espedito (assim mesmo com S) Seleiro fez peças para marcas como Farm, Cavallera e Cantão.

Em 2006, participou da São Paulo Fashion Week. Sua obra foi tema da exposição "Da Sela à Passarela", que passou por São Paulo e Rio de Janeiro. É criação de Espedito Seleiro o gibão colorido de couro usado pelo personagem do ator Marcos Palmeira no filme O Homem que Desafiou o Diabo (2007).

Seleiro apareceu no programa da global Regina Casé, cliente de suas sandálias. Recebeu em 2011 a Ordem do Mérito, concedida pelo Ministério da Cultura a personalidades do setor. Seu trabalho cheio de referências do sertão, com couro colorido e enfeitado, atraiu os designers Humberto e Fernando Campana, que fizeram em 2015 uma parceria com Seleiro para uma linha de móveis intitulada Coleção Cangaço, juntando madeira, palhinha e couro, e os móveis são a novidade em seu trabalho.

"É bom variar, fazer coisas novas", filosofa o artesão.

Talento e aprendizado
Ainda menino, Espedito aprendeu com o pai, Raimundo Seleiro, que aprendeu com o pai dele, Gonçalves Seleiro, filho de Antônio Seleiro, a arte de tratar e transformar o couro de boi e de cabra em peças usadas pelos vaqueiros, como selas, cintos e chicotes.

Para vaqueiro, mesmo, ele nunca teve talento: no primeiro dia em que montou no cavalo para laçar um boi levou uma queda tão feia que desistiu da profissão.

Quando ele ainda era criança, sua família fugiu da seca e trocou o sertão dos Inhamuns, área mais árida do Ceará, pelo quase sempre verde Cariri, na região sul do Estado, divisa com Pernambuco. Aos 16 anos, em busca de uma vida melhor, Espedito foi embora para o Paraná. Ficou três anos, sempre trabalhando com couro, e voltou para o Cariri.

Um dia, cansado de tantas peças parecidas - sandálias de couro são uma tradição no interior do Ceará, vendidas em cada esquina e cada mercado popular-, viu que precisava inovar. Usando produtos naturais, como a tintura da casca do angico, árvore comum na região, tingiu o couro.

Fez sandálias vermelhas, azuis, amarelas e roxas, cheias de desenhos. Levou para um conhecido no mercado vender. No outro dia vieram pedir mais, e as sandálias coloridas abriram caminho para que ele se diferenciasse dos demais artesãos.

O criador das sandálias coloridas ganhou a admiração da então secretária de Cultura do Ceará Violeta Arraes - de uma família tradicional do Cariri e irmã de Miguel Arraes, cearense que fez carreira política em Pernambuco, Estado que governou três vezes.

O diretor de TV e cinema Guel Arraes, filho de Miguel Arraes, também se tornou cliente das sandálias de couro de Seleiro, e a fama do artesão foi se espalhando.

Um dia, o educador Alemberg Quindins, criador da Fundação Casa Grande, premiada organização de Nova Olinda que capacita crianças e jovens para as artes, pediu a Seleiro que fizesse uma sandália igual à de Lampião para uma exposição sobre o Cariri.

Seleiro tinha guardado os desenhos do pai e reproduziu a sandália "cobertão", de solado quadrado. "Mudei o nome para sandália Lampião. E quando me pediram um modelo para mulher, fiz a sandália Maria Bonita", explica o artesão.

Tradição e inovação
Do Cariri para o Brasil, aos poucos o E.S. de Espedito Seleiro, numa letra bem desenhada, foi marcando sandálias, bolsas e mochilas em couro que se espalharam no circuito fashion.

O trabalho atraiu também a atenção da pesquisadora Heloisa Bueno Rodrigues, que fez de Seleiro personagem principal de sua dissertação de mestrado defendida em outubro de 2015 no Programa de Cultura e Territorialidades da UFF (Universidade Federal Fluminense) e intitulada Espedito Seleiro: filho dos Inhamuns, mestre do Cariri e artista do Brasil.

Num estudo sobre economia criativa e cultura, apresentado num seminário na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, a pesquisadora analisa como Seleiro se diferenciou dos demais artesãos ao inovar dentro da tradição popular, mantendo sua identidade. Ao mesmo tempo, explica que o trabalho de Seleiro não é só produto de sua sensibilidade individual de artista, mas resultado de um conjunto de conhecimentos, histórias e tradições.

"O Ceará é muito marcado pelo que historiadores como Capistrano de Abreu chamam de civilização do couro, um ciclo econômico baseado na criação de gado. A obra de Espedito Seleiro traduz essas tradições dos vaqueiros, dos cangaceiros, dos ciganos, desses homens que se espalharam pelo interior do Nordeste. E ele conseguiu manter sua originalidade dentro dessa tradição, conseguiu se diferenciar", afirma a pesquisadora.

Assim como aprendeu o ofício em família, Seleiro ensina o que sabe aos filhos, netos e sobrinhos, e juntos eles mantêm a cooperativa Associação Familiar Espedito Seleiro, que reúne 22 profissionais.

Mestre Seleiro é um professor exigente, que acorda de madrugada, cobra qualidade em cada passo do trabalho e manda recomeçar tudo se achar algo errado. "Eu ensino, eles fazem, eu vejo se ficou bom. Se estiver boa, assino a sandália. Se estiver ruim, desmancho e mando fazer de novo".

Em sua oficina, entre aprendizes e cortes de couro, Seleiro recebe quem chega e tem sempre tempo para um dedo de prosa. Ao lado da oficina criou o Museu do Couro, que conta a história de sua obra e também a saga dos vaqueiros no sertão.

Seleiro sabe que é imitado por muitos, mas não liga. Às vezes pensa em registrar sua marca, às vezes não. De olho nas novidades, investe em capas para celulares e tablets e selas de moto. Comprada na lojinha de Seleiro em Nova Olinda, a sandália Maria Bonita custa R$ 80.

Entre bolsas, mochilas, carteiras e sandálias, as peças trazem tons e desenhos inusitados. Lembram vestidos coloridos numa quadrilha, disputas de vaquejadas, cangaceiros em luta, leques ciganos, flores brotando - e todas as cores do sertão em dias de chuva depois dos meses de seca.

Fonte: BBC Brasil

Curta nossa página no Facebook



AddThis